Habitus e Relações Sociais de Gênero na Elite Paulistana

Maria da Graça Jacintho Setton, Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

Cláudia Vianna, Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

Paulo Rogério da Conceição Neves, cientista social e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

O artigo Socialização de habitus: gênero e geração nas elites paulistanas apresenta interessantes reflexões a partir dos dados da pesquisa Pensamento e Práticas de Cultura da Elite Paulistana, iniciada em 2017 e coordenada pela Professora Maria da Graça Jacintho Setton, no Grupo de Pesquisa Práticas de Socialização, da Faculdade de Educação da USP.

Com base em entrevistas com 48 pessoas, 25 homens e 23 mulheres, agrupados em 9 grupos econômicos e em quatro grupos de geração, adensa-se o debate acerca do conceito de elite recorrendo a autores e autoras como Mills, Kahn, Perissinnotto e Codato, juntamente como as referências sobre socialização como Mannheim, Elias, e Bourdieu e Setton e as teóricas dos estudos de gênero e das mulheres como Scott, Bruschini, Dinambro, Vianna, apresentando, dentre outras questões, uma clara mudança nas relações de gênero através das gerações.

Fundo azul claro. No centro, três quadrados que parecem ser dados de madeira com os respectivos símbolos: gênero masculino, sinal de igual e gênero feminino.

Imagem: Freepik

Autoras e autor refletem, também, sobre as estratégias educacionais e de trabalho de homens e mulheres integrantes das elites paulistanas. Independentemente de serem homens ou mulheres, as estratégias escolares se repetem: foram estudantes de escolas particulares de renome e realizaram cursos superiores naqueles de maior prestígio ou capital simbólico que garantiram a eles e a elas bons postos de emprego e salário.

A hipótese principal apoiou-se na teoria dos capitais de Pierre Bourdieu e suas formas subjetivas de construção de disposições de habitus. Nessa direção, o artigo indica mudanças expressivas com rupturas individuais e sociais de alguns padrões estabelecidos para seu sexo ou geração. Por outro lado, indica também a permanência de um sentido prático que continua garantindo em todas as gerações as posições de status em função de suas expertises, subjetividades e berço familiar.

Para ler o artigo, acesse

SETTON, M.G.J., VIANNA, C. and NEVES, P.R.C. Socialização de habitus: gênero e geração nas elites paulistanas. Educação e Pesquisa [online]. 2022, vol. 48, e254257, ISSN: 1678-4634 [viewed 16 August 2022]. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248254257por. Available from: https://www.scielo.br/j/ep/a/nRQmrDTktFMdrLpG99qrcnM/

Referências

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Links externos

Educação e Pesquisa EP: https://www.scielo.br/j/ep/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

SETTON, M.G.J., VIANNA, C. and NEVES, P.R.C. Habitus e Relações Sociais de Gênero na Elite Paulistana [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2022 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2022/08/16/habitus-e-relacoes-sociais-de-genero-na-elite-paulistana/

 

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