Formação dialógica na pandemia contribui para criação de sentido entre professores da educação básica

Vivian Massullo Silva. Professora universitária, Doutora em educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Membro do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa NIASE/UFSCar. São Carlos, SP, Brasil. 

Fabiana Marini Braga: Professora associada do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Coordenadora do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (NIASE). Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos.

Estudo realizado por pesquisadoras do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (Niase) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) mostra que o curso de formação pedagógica dialógica para professores da educação básica contribui para a criação de sentido na profissão. Embasada na metodologia comunicativa, a pesquisa foi realizada durante a pandemia da covid-19 com 16 professores(as) e a partir da aplicação de uma Tertúlia Pedagógica Dialógica com leituras de textos científicos.

O artigo Formação Pedagógica em Aprendizagem Dialógica: Contribuições para a formação de professores(as) em tempos de distanciamento social teve o objetivo de compreender o impacto da formação dialógica no conhecimento teórico e prático de professores(as) e sua relação com o enfrentamento do isolamento social durante a pandemia.

Embasadas em estudos internacionais que investigaram os impactos da formação dialógica do professorado, as autoras discorrem sobre como as evidências científicas aliadas a formação de professores(as) são capazes de dar respostas para os problemas enfrentados durante a pandemia, resultando na melhora do desempenho profissional docente e, consequentemente, o desempenho acadêmico dos(das) alunos(as).

Imagem: Unplash.

Segundo as autoras, “a principal motivação para a pesquisa se deu pela necessidade de minimizar os efeitos negativos causados pelo isolamento e pelo aumento da desigualdade social durante a pandemia”. Instrumentalizar as pessoas com conhecimento científico na sociedade da informação, em um movimento contrário ao descrédito da ciência pelas instituições governamentais, pode promover a mobilidade social de grupos vulneráveis. 

Com destaque, os principais resultados se dividem em elementos excludentes e transformadores. Como excludentes os(as) professores revelam o acúmulo e o excesso de trabalho, a falta de familiaridade com a tecnologia, formações de professores(as) baseadas em opiniões não científicas, a estrutura verticalizada e a ausência de diálogo com a gestão escolar. Entre os transformadores encontram-se o trabalho com evidências, a Dimensão Instrumental na formação de professores(as) e o sentimento de solidariedade no grupo. 

Assim como demonstra o estudo de Silva, Braga e Mello (2021), esse recorte evidencia que a formação de professores(as) precisa estar alinhada com as evidências científicas não somente em contextos de dificuldade, como é o caso da pandemia da covid-19, mas uma formação permanente que integre a comunidade científica internacional.

Referências

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GÓMEZ, J. et al. Metodologia Comunicativa Crítica. Barcelona: El Roure, 2006.

REIMERS, F.M. and SCHLEICHER, A. A framework to guide an education response to the COVID-19 Pandemic of 2020. 2020, vol. 14, no. 4 [viewed 25 July 2023]. Available from: https://globaled.gse.harvard.edu/files/geii/files/framework_guide_v2.pdf 

SILVA, A.R.N., BRAGA, F.M. and MELLO, R.R. Formação pedagógica em aprendizagem dialógica em tempos de distanciamento social. Revista Humanidades & Inovação. 2021, vol. 8, no. 40, pp. 252-267 [viewed 25 July 2023]. Available from: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/5102

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