As redes sociais como novos espaços de aprendizado e desenvolvimento profissional para professores

Carlos Marcelo. Professor da Universidade de Sevilha, no Departamento de Didática e Organização Educativa, Sevilha, Espanha.

Paula Marcelo-Martinez. Doutora pela Universidade de Sevilha, no Departamento de Didática e Organização Educativa, Sevilha, Espanha.

O artigo Redes sociais e desenvolvimento profissional docente: Novos espaços de formação apresenta uma pesquisa focada em analisar como os professores usam as redes sociais para seu próprio desenvolvimento profissional. Foram estudadas as redes sociais mais utilizadas pelos professores, os tipos de uso, as motivações para acessá-las e as razões para confiar nelas como um espaço de aprendizado.

Os professores acreditam que é possível aprender através das redes sociais. Por isso, estão começando a surgir, nesses espaços, docentes que assumem uma liderança informal, responsável por divulgar conteúdos educativos de interesse de outros professores. São os chamados “influenciadores educacionais”, professores com alto nível de atividade e reconhecimento nas redes sociais que permitem que outros professores tenham acesso a recursos, materiais e aprendizado didático para aplicar em suas salas de aula.

A pesquisa estudou os professores de espanhol influentes no Twitter, suas estruturas de relacionamento e os temas de suas conversas. Um dos aspectos analisados foi o uso de determinadas hashtags. Pesquisas vincularam essas hashtags ao que Gee (2005) chamou de “espaços de afinidade”: ambientes aos quais os usuários de uma rede social se associam e interagem devido a um interesse ou preocupação comum. No Twitter, professores de espanhol destacam o uso da hashtag #claustrovirtual, ativa há mais de 5 anos e alimentada diariamente com contribuições, conversas sobre recursos, materiais, ideias e suporte para suas aulas.

Imagem: Freepik.

Os resultados obtidos no estudo são diversos. Descobriu-se que a participação nas redes sociais oferece importantes oportunidades de aprendizagem. Uma percentagem significativa de professores afirma que utiliza continuamente uma das três principais redes sociais analisadas (Twitter, Facebook ou Instagram). Observou-se que, entre os assuntos abordados pelos docentes, há predominância de aspectos aplicados ao ensino. Também se verificou que as redes sociais possibilitaram a criação de “espaços de afinidade” entre os professores. Através da análise da hashtag #claustrovirtual, descobriu-se que ela é impulsionada por algumas pessoas que mantêm uma interação fluida entre si.

Com esses resultados, pode-se concluir que um movimento de aprendizagem e desenvolvimento está sendo realizado nas redes sociais, liderado por professores que desejam compartilhar seus materiais, recursos e ideias de forma horizontal, altruísta e colaborativa com outros professores que desejam aprender com eles.

Referências

GEE, J.P. Affinity spaces and 21st century learning. Educational Technology [online]. 2017, vol. 57, no. 2, pp. 27-31 [viewed 06 November 2023]. Available from: http://www.jstor.org/stable/44430520

GEE, J.P. Semiotic social spaces and affinity spaces: From the age of mythology to today’s schools. In: BARTON, D. and TUSKING, K. (Eds.). Beyond communities of practice language power and social context. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. 

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LAMBERT, L. Toward a deepened theory of constructivist leadership. In: LAMBERT,  L., et al. The constructivist leader. Teachers College Press, 2002.

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