Revisão e expansão da Taxonomia da Ciência Aberta: uma perspectiva Ibero-americana

Fabiano Couto Corrêa da Silva, Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Nivaldo Calixto Ribeiro, Bibliotecário da Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil. 

Juliana Fachin, Bibliotecária na Coordenadoria Regional de Educação de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

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A era da informação, na qual estamos imersos, é cada vez mais moldada pelos princípios de transparência, colaboração e acessibilidade da informação. Dentro deste cenário, a Ciência Aberta desponta como um movimento que promove uma nova maneira de fazer ciência. Este movimento se caracteriza pelo compartilhamento aberto de informações e participação ativa, incentivando, assim, um número maior de indivíduos a contribuir para o progresso do conhecimento.

No entanto, para que a Ciência Aberta seja implementada de maneira efetiva, é importante prospectar o domínio do conhecimento das atividades e especificidades que a envolvem, possível de ser estabelecido por meio da elaboração da sua taxonomia, adotando facetas e rótulos que a representam de forma atualizada. Este instrumento possibilita orientar pesquisadores e instituições acerca das múltiplas dimensões – políticas, teóricas e práticas – que compõem este movimento.

Nesse sentido, pesquisadores ibero-americanos deram um passo importante com a publicação do artigo Taxonomia da Ciência Aberta: revisada e ampliada. O estudo apresenta uma taxonomia mais completa e estruturada, baseada na Taxonomia Foster1. Esta taxonomia, que já havia sido expandida por pesquisadores brasileiros2, foi atualizada pelos pesquisadores ibero-americanos3, capturando com maior fidelidade as diversas nuances da Ciência Aberta.

Figura 1. Taxonomia da Ciência Aberta: uma perspectiva Ibero-americana

A taxonomia revisada poderá ajudar na compreensão abrangente e organizada desse importante movimento, auxiliando todos os envolvidos – de pesquisadores, cidadãos e editores a instituições que desenvolvem pesquisas científicas. Isso possibilitará o entendimento mais profundo das implicações da Ciência Aberta, bem como a elaboração de políticas, estratégias e práticas mais eficientes. Além disso, a nova taxonomia pode favorecer a colaboração e o compartilhamento de informações de forma organizada e recursos em escala global.

A pesquisa consistiu em duas etapas principais: a primeira, a comparação com as versões anteriores da Taxonomia, levando em conta as recomendações da Unesco para Ciência Aberta.  A segunda, foi encaminhado para os especialistas em Ciência Aberta, ou alguma dimensão dela, a proposta de Taxonomia, juntamente com um questionário com 10 perguntas abertas. As respostas recebidas foram categorizadas e revisadas pelos pesquisadores, formando a base para a nova taxonomia. O resultado foi uma Taxonomia com 10 facetas de primeiro nível e 96 rótulos, dessas, 14 novos rótulos.

Um aspecto inovador da nova taxonomia é a inclusão da noção de “diálogo com outros sistemas de conhecimento”, que envolve os princípios que buscam por benefício coletivo, autoridade de controle, responsabilidade, ética, diversidade cultural e equidade. Isso enfatiza a importância de uma diversidade maior de vozes e perspectivas na definição de políticas e agendas em ciência e tecnologia.

Apesar dos avanços, a pesquisa aponta para a necessidade de futuras investigações que busquem construir uma taxonomia da Ciência Aberta ainda mais disruptiva, considerando também as perspectivas que não foram incorporadas à taxonomia atual.

Convidamos todos a conhecerem e refletirem sobre este trabalho, que tem o potencial de contribuir para a compreensão e aplicação da Ciência Aberta. Este é um passo importante para a construção de um futuro mais colaborativo e transparente na pesquisa científica.

Referência

ARAÚJO, R.F. et al. Ciência aberta na perspectiva de especialistas brasileiros: proposta de taxonomia. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação [online]. 2021, vol. 26, pp. 1–27 [viewed 08 November 2023]. https://doi.org/10.5007/1518-2924.2021.e79646. Available from: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/79646

Para ler o artigo, acesse

ARAÚJO, R. F. et. al. Taxonomia da Ciência Aberta: revisada e ampliada. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação [online]. 2023, vol. 28 [viewed 08 November 2023]. https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e91712. Available from: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/91712

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

FACHIN, J., RIBEIRO, N.C. and SILVA, F.C.C. Revisão e expansão da Taxonomia da Ciência Aberta: uma perspectiva Ibero-americana [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2023 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2023/11/08/revisao-e-expansao-da-taxonomia-da-ciencia-aberta-uma-perspectiva-ibero-americana/

 

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