Por Simone Bacilieri, Editora de Mídias Sociais do periódico Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, SP, Brasil
A raiva, uma encefalite fatal causada por um vírus, acomete tanto humanos quanto animais domésticos ou selvagens. No Brasil, os bovinos e equinos são os animais domésticos em que a incidência de raiva é maior. Quando detectada a presença ou a suspeita de casos dessa doença em um rebanho, sua notificação aos órgãos competentes é compulsória. Cabe ao proprietário do rebanho notificar essas ocorrências ao Serviço Veterinário Oficial, havendo sanções legais caso isso não seja feito (BRASIL, 2009).
No artigo “Evaluation of data input in a rabies testing request form for herbivores”, publicado nos Arquivos do Instituto Biológico (vol. 87), pesquisadores do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, avaliaram o preenchimento dos formulários de exame para síndromes neurológicas acompanhados de material para análise.
As informações foram obtidas dos 603 formulários enviados ao Laboratório de Virologia entre os anos 2013 e 2014, e os resultados foram classificados em cinco categorias de acordo com um sistema de pontuação adaptado de Romero e Cunha (2007). Dados classificados como “excelentes” e “bons” foram observados apenas para uma variável que descreve a localização de casos suspeitos de raiva ou surtos e animais (espécie, gênero, material biológico). Já os dados das variáveis que descrevem coordenadas geográficas, idade, raça, tamanho do rebanho, sinais clínicos, persistência de sinais e método de conservação da amostra variaram entre “regular” e “ruim”.
Os autores destacaram que a pouca informação fornecida sobre as coordenadas geográficas dos casos de raiva ocorridos no Rio Grande do Sul é um obstáculo na identificação de áreas de alto risco. A ausência ou o preenchimento incompleto desses dados são prejudiciais no desenvolvimento de modelos epidemiológicos utilizados em estratégias para melhorar a vigilância, o controle e a prevenção da raiva (OVIEDO-PASTRANA et al., 2015).
Com os resultados obtidos nesse trabalho, os pesquisadores alertam para a necessidade de intensificar a conscientização e os treinamentos das equipes de campo para que preencham corretamente os formulários e sigam as regras de envio de amostras para o diagnóstico da raiva.
Referências
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). Controle da raiva dos Herbívoros – Manual Técnico. Brasília, DF, 2009. Available from: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/MANUAL_RAIVAHERBVOROS2009.pdf
OVIEDO-PASTRANA M.E., et al. Trends in animal rabies surveillance in the endemic State of Minas Gerais, Brazil. PLoS Negl Trop Dis [online]. 2015, vol. 9 no. 3, e0003591, e-ISSN: 1935-2735 [viewed 9 September 2020]. DOI: 10.1371/journal.pntd.0003591. Available from: https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0003591
ROMERO, D.E. and CUNHA, C.B. da. Avaliação da qualidade das variáveis epidemiológicas e demográficas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, 2002. Cad. Saúde Pública [online]. 2007, vol. 23, no. 3, pp. 701-714, ISSN: 1678-4464 [viewed 9 September 2020]. DOI: 10.1590/S0102-311X2007000300028. Available from: http://ref.scielo.org/m5fvmh
Para ler o artigo, acesse
MIGLIAVACCA, V.F., et al. Evaluation of data input in a rabies testing request form for herbivores. Arq. Inst. Biol. [online]. 2020, vol. 87, e0692018, ISSN: 1808-1657 [viewed 9 September 2020]. DOI: 10.1590/1808-1657000692018. Available from: http://ref.scielo.org/96dvw8
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