Como uma intervenção educativa pode promover hábitos alimentares saudáveis na gravidez?

Por Sheyla Costa de Oliveira, Enfermeira Obstetra, Doutora em Enfermagem, Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, PE, Brasil

Promover hábitos alimentares saudáveis na gravidez faz parte das recomendações de políticas públicas de organismos nacionais e internacionais, entre eles: Organização Mundial de Saúde, Organização Panamericana de Saúde e Ministério da Saúde / Brasil. Acumulam-se evidências científicas para fundamentar Políticas de Alimentação e Nutrição e intervenções nutricionais para alimentação saudável na gestação com efeito na redução de riscos maternos e desfecho fetais indesejáveis (BRASIL, 2013, 2016).

O artigo “Efeito de uma intervenção educativa na gravidez: ensaio clínico randomizado em cluster” será publicado na Acta Paulista de Enfermagem (vol. 31, no. 3), avaliou os efeitos de uma intervenção educativa no conhecimento, atitude e prática das gestantes para alimentação saudável com uso dos alimentos regionais, e apresenta uma cartilha educativa como estratégia fundamental para promoção da saúde entre as mulheres gravidas, com o intuito de estimular e valorizar a cultura da região para uma alimentação saudável, além disso, o material apresenta-se como uma tecnologia de educação em saúde para ser utilizada por enfermeiros nas consultas de pré-natal.

Foi realizado um ensaio clínico controlado, randomizado em cluster, unicego, com dois grupos paralelos e desenvolvido com gestantes que receberam a intervenção a partir da cartilha educativa (GI) e gestantes que receberam a orientação nutricional na consulta pré-natal de risco habitual (GC) conforme recomendação do caderno de atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016). A análise final foi de 91 gestantes para o grupo intervenção (GI) e 94 gestantes para o grupo controle (GC). Para intervenção desde estudo foi construída e validada uma cartilha educativa intitulada “Alimentação Saudável na Gravidez com os Alimentos Regionais” (OLIVEIRA; LOPES; FERNANDES, 2014). A coleta de dados foi realizada nas unidades de saúde de Recife – PE de acordo com os dias de consulta de pré-natal. O instrumento foi aplicado no sétimo e trigésimo dia para as gestantes de ambos os grupos. O seguimento foi realizado no GI e GC por meio do contato telefônico.

O efeito da cartilha educativa no grupo de intervenção apresentou significância estatística (p<0,001) no sétimo e trigésimo dia pós-intervenção, quando comparados com o grupo controle e aumento da prevalência com adequabilidade do conhecimento, atitude e prática quanto ao uso dos alimentos regionais.

Um estudo reforça que o uso da cartilha é um meio para ações de promoção nutricional nos consultórios, bem como, parte que integra a comunicação verbal com seus clientes (SZWAJCER, et al., 2009). Brobeck, et al. (2011) reforçam a importância da orientação nutricional nos cuidados primários de saúde na atenção pré-natal, como um processo dinâmico e participativo entre profissionais e gestante/família. O enfermeiro deve atuar junto à mulher grávida, a fim de alcançar mudança de comportamento para hábitos alimentares saudáveis e adequados durante esse ciclo da vida.

Logo, a cartilha educativa foi uma intervenção eficaz para melhorar o conhecimento, atitude e prática das gestantes quanto ao uso dos alimentos regionais e recomenda-se o seu uso na assistência e consulta pré-natal para promoção da alimentação saudável na gravidez.

Referências

Política Nacional de Alimentação e Nutrição [online]. Brasília: Ministério da Saúde, 2013 [viewed 10 October 2018]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf

Protocolos da atenção básica: saúde das mulheres [online]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016 [viewed 10 October 2018]. Available from: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/protocolo_saude_mulher.pdf

BROBECK, E., et al. Primary healthcare nurses’ experiences with motivational interviewing in health promotion practice. J Clin Nurs [online]. 2011, vol. 23-24, pp. 3322-3330, ISSN: 1365-2702 [viewed 10 October 2018]. DOI: 10.1111/j.1365-2702.2011.03874.x. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22017587

OLIVEIRA, S.C., LOPES, M.V.O. and FERNANDES, A.F.C. Construção e validação de cartilha educativa para alimentação saudável durante a gravidez. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2014, vol. 22, no. 4, pp. 611-620, ISSN: 1518-8345 [viewed 10 October 2018]. DOI: 10.1590/0104-1169.3313.2459. Available from: http://ref.scielo.org/h3t53w

SZWAJCER, E. M. et al. Written nutrition communication in midwifery practice: What purpose does it serve? Midwifery [online]. 2009, vol. 25, no. 5, pp. 509-517, ISSN: 0266-6138 [viewed 10 October 2018]. DOI: 10.1016/j.midw.2007.10.005. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18243449

Para ler o artigo, acesse

OLIVEIRA, S.C., et al. Efeito de uma intervenção educativa na gravidez: ensaio clínico randomizado em cluster. Acta paul. Enferm [online]. 2018, vol. 31, no. 3, pp. 291-298, ISSN: 0103-2100 [viewed 10 October 2018]. DOI: 10.1590/1982-0194201800041. Available from: http://ref.scielo.org/ns4hfj

Link externo

Acta Paulista de Enfermagem – APE: <http://www.scielo.br/ape>

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

OLIVEIRA, S.C. Como uma intervenção educativa pode promover hábitos alimentares saudáveis na gravidez? [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2018 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2018/10/19/como-uma-intervencao-educativa-pode-promover-habitos-alimentares-saudaveis-na-gravidez/

 

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