Luciana Oliveira, Comunicação, Instituto de Pesquisas Ambientais em Bacias Hidrográficas (IPABHi), Taubaté, São Paulo, Brasil.
Sabe-se que o uso de agroquímicos é prejudicial para saúde e para os ecossistemas. Nos últimos anos, o Brasil tem tido um aumento significativo na comercialização desses produtos (mesmo já sendo proibidos por lei). Por este motivo, a Revista Ambiente & Água (v. 16, n. 3), traz um artigo cujo tema é “Moluscos de água doce como indicadores da presença de agrotóxicos no reservatório de Volta Grande, Brasil”, desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas (CBEIH).
Foram analisados três lugares do reservatório Volta Grande, o primeiro na Bacia do Rio Grande, o segundo em uma sub-bacia da bacia do alto rio Paraná e na Usina Hidrelétrica (UHE) de Volta Grande. A pesquisa tem como objetivo principal avaliar a presença de agroquímicos, utilizando moluscos de água doce como bioindicadores no reservatório de Volta Grande. Os moluscos são usados em pesquisas como bioindicadores da qualidade da água, pois refletem a diversidade de espécies, bem como a saúde e os impactos ambientais, além disso, apresentam ciclos de vida bastante longos.
Segundo dados da pesquisa atualizados, o reservatório de Volta Grande está localizado na fronteira entre Minas Gerais e São Paulo, este último o segundo maior estado produtor agrícola do Brasil (IBGE, 2019). Cerca de 87% da área do reservatório de Volta Grande é cercada por terras agrícolas. Os autores afirmam ainda que é necessário um controle mais rigoroso e contínuo para evitar a venda e uso de pesticidas proibidos, uma vez que, foram encontrados nas análises agroquímicos que há décadas foram proibidos o uso e a comercialização (os organoclorados Aldrin, p,p’-DDE, Heptacloro epóxido e Endrin; e os organofosforados Disulfoton, Malathion, Parationa-metilica e Parationa-etilica).
Imagem: Sene et al. (2021).
“Foram encontrados pesticidas contaminando todas as cinco espécies de moluscos analisadas, bem como algumas espécies contaminadas com múltiplos pesticidas. Há uma preocupação crescente com a saúde da fauna do reservatório e as implicações ecológicas das rupturas populacionais causadas por essa contaminação” Sene et al. (2021).
Esses compostos encontrados são pesticidas bem conhecidos usados em sistemas agrícolas. Os riscos potenciais à saúde desses pesticidas contribuíram para sua proibição no Brasil. O uso intensivo ou inadequado de agrotóxicos tem ocasionado a contaminação dos recursos naturais, com efeitos negativos na saúde humana e animal.
De acordo com Santos (2021) “Os agrotóxicos na água não atingem apenas espécies que vivem nesse ambiente. O homem, por exemplo, pode sofrer com a contaminação por agrotóxicos quando ingere um peixe que vive em uma área contaminada por esse tipo de produto. Algumas espécies não morrem por causa do contato com os agrotóxicos, mas acabam acumulando-os em seu corpo. Esse acúmulo faz com que o produto seja passado através da cadeia alimentar, prejudicando, assim, outras espécies.”
Devido ao crescimento intenso do setor agrícola, vale ressaltar que, o uso de agrotóxicos pelo homem deve ser realizado de uma forma racional e responsável, visando a máxima proteção do meio ambiente.
Poluição por agrotóxicos: uma preocupação para o Brasil [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2021 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2021/06/30/poluicao-por-agrotoxicos-uma-preocupacao-para-o-brasil/
Sabe-se que o uso de agroquímicos é prejudicial para saúde e para os ecossistemas. Nos últimos anos, o Brasil tem tido um aumento significativo na comercialização desses produtos (mesmo já sendo proibidos por lei). Por este motivo, a Revista Ambiente & Água (v. 16, n. 3), traz um artigo cujo tema é “Moluscos de água doce como indicadores da presença de agrotóxicos no reservatório de Volta Grande, Brasil”, desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas (CBEIH).
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