Peterson Marco de Oliveira Andrade, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, MG, Brasil.
Maria Eduarda Higino Schuhmacher, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, MG, Brasil.
Luysa Helena Ribeiro Soares, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, MG, Brasil.
Roberta de Oliveira Coelho, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, MG, Brasil.
Ludimila Forechi, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, MG, Brasil.
A assistência especializada em fisioterapia no formato ambulatorial encontra-se no nível secundário de atenção à saúde, onde é prestado o atendimento com recursos tecnológicos mais específicos e complexos. O equilíbrio entre as necessidades, demandas e acesso da população aos serviços de saúde representa um dos desafios para os gestores públicos.
Isso ocorre porque existe uma insuficiência na quantidade de profissionais, barreiras para utilização dos serviços e distribuição assimétrica dos fisioterapeutas na rede pública de saúde provocando uma demanda reprimida e, em consequência, aumento do tempo de espera para atendimento. Desta forma, os princípios de integralidade e resolutividade do Sistema Único de Saúde (SUS) não são operacionalizados conforme preconiza a legislação.
Não existiam estudos relacionando a produção dos serviços de média complexidade da fisioterapia com a população dos municípios que integram cada macrorregião de Minas Gerais. As avaliações dos serviços de fisioterapia ocorrem de forma isolada nos municípios e há carência de subsídios para boas práticas de gestão do sistema.
Figura 1 – Distribuição espacial dos coeficientes de atendimento fisioterapêutico ambulatorial dos municípios de Minas Gerais.
Desta forma, não existiam evidências suficientes para a criação de diretrizes para a oferta e gerenciamento dos serviços. Sob esta perspectiva, o estudo Outpatient physical therapy in the municipalities and macroregions of Minas Gerais: an ecological study, publicado no periódico Fisioterapia em Movimento (vol. 38, 2025), identificou a porcentagem de municípios com o serviço de fisioterapia ambulatorial por macrorregião de Minas Gerais e avaliou o coeficiente de atendimento para o serviço de fisioterapia conforme o porte populacional dos municípios.
O estudo foi realizado com os 853 municípios de Minas Gerais. De acordo com o Plano Diretor de Regionalização da Saúde, o estado é dividido em 16 macrorregiões com 19 municípios de referência — Polo Macrorregional. Identificou-se que a cobertura do serviço de fisioterapia em Minas Gerais é de 58,1% do total de municípios. Os 496 municípios de Minas Gerais com atendimento ambulatorial de fisioterapia estão distribuídos nas macrorregiões.
Os coeficientes de atendimento fisioterapêutico de Minas Gerais e Brasil foram de 0,19 e 0,24, respectivamente. Não foram encontradas diferenças significativas dos coeficientes de atendimento na comparação entre os quatro portes de municípios e entre cada par de porte de município. Doze municípios polo apresentaram melhores coeficientes que Minas Gerais e Brasil.
Figura 2 – Distribuição dos coeficientes dos municípios de acordo com o porte populacional (medianas, quartis, percentis 10 e 90 e outliers).
Esperava-se que Belo Horizonte e as cidades de grande porte, de referência para serviços de média e alta complexidade, apresentassem um maior coeficiente de atendimentos ambulatoriais, uma vez que estes municípios apresentam hospitais municipais, filantrópicos e/ou universitários, cursos de fisioterapia públicos e/ou privados com atendimentos em clínicas escola, policlínicas e outros serviços especializados relacionados com atendimentos de doenças crônicas e endemias. No entanto, a capital e os outros municípios polo macrorregional ou de grande porte não alcançaram a mediana.
A oferta e produção dos serviços de fisioterapia ambulatorial pelo SUS é ausente e assimétrica entre os diferentes municípios e macrorregiões de Minas Gerais. O tamanho do município não é um indicador relevante para a quantidade proporcional de atendimentos.
A identificação dos vazios, variações e referências assistenciais pode auxiliar no planejamento de ações pelos gestores, profissionais e usuários para um efetivo controle social do sistema de saúde. Existe a necessidade de diretrizes do Ministério da Saúde para a oferta dos serviços de fisioterapia ambulatorial.
Para ler o artigo, acesse
ANDRADE, P.M.O., et al. Outpatient physical therapy in the municipalities and macroregions of Minas Gerais: an ecological study. Fisioterapia em Movimento [online]. 2025. vol. 38, e38127 [viewed 20 October 2025]. https://doi.org/10.1590/fm.2025.38127 Available from: https://www.scielo.br/j/fm/a/CqSJpzyrsbX9wc6Ypnq6dhb/
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