Distúrbios do sono estão associados à dor temporal matinal e à dor na mandíbula em adultos e idosos

Julia Niero Zanatta Streck, doutoranda em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brasil.

Micaela Rabelo Quadra, doutoranda em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brasil. 

Fernanda Oliveira Meller, professora titular do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina.

O artigo intitulado Distúrbios do sono estão associados à dor temporal matinal e à dor na mandíbula em adultos e idosos: um estudo de base populacional, publicado na Revista Gaúcha de Odontologia, vol. 71 (2023), foi desenvolvido a partir de dados de uma pesquisa de base populacional conduzida no município de Criciúma, estado de Santa Catarina. Os participantes foram indivíduos com 18 anos ou mais de idade, entrevistados no período de março a dezembro de 2019. O objetivo do estudo foi avaliar a influência dos distúrbios do sono nas dores temporal matinal e mandibular em adultos e idosos.  

O artigo foi desenvolvido por pesquisadores dos Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva e do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Nele, foram avaliados, como distúrbios do sono, a apneia obstrutiva, o bruxismo e a qualidade do sono, enquanto as dores temporal matinal e mandibular foram estudadas como desfechos. A necessidade do estudo surgiu a partir da identificação da pouca evidência sobre essa associação ajustada para possíveis variáveis confundidoras.

Imagem: IFSC-USP.

Para atingir seu objetivo, o estudo avaliou a associação entre os distúrbios do sono e as dores temporal matinal e mandibular utilizando a regressão de Poisson ajustada, cujos resultados foram apresentados como razão de prevalência. Para o ajuste de variáveis confundidoras, um modelo hierárquico de análise foi construído. Além disso, todas as análises foram estratificadas por sexo. A análise dos 820 indivíduos estudados indicou uma maior prevalência de dor temporal matinal em mulheres com bruxismo, e de dor mandibular em homens e mulheres com bruxismo. Adicionalmente, maior frequência de dor temporal matinal foi observada em mulheres com apneia obstrutiva do sono. Por fim, homens com pior qualidade do sono também tiveram dor temporal matinal com maior frequência.

O estudo destaca a importante influência que o sono possui em distúrbios cranioencefálicos relacionados à dor, principalmente pelo fato de ser influenciado por diferentes aspectos sociais, ambientais, físicos e emocionais. Ademais, os autores também ressaltam o papel diferencial que a análise estratificada por sexos pode ter sob os resultados encontrados, uma vez que boa parte dos estudos conduzidos até então não consideraram o sexo como um possível modificador de efeito das associações. Em conjunto a isto, a realização da análise ajustada possibilitou avaliar  as associações independentemente de possíveis fatores confundidores. Ainda segundo os autores, os achados destacam a necessidade de identificar precocemente os distúrbios do sono a fim de evitar ou tratar de forma eficaz a dor craniofacial.

Referências

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Links externos

Revista Gaúcha de Odontologia – RGO: https://www.scielo.br/j/rgo/

Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (UNESC): https://www.unesc.net/programa-de-pos-graduacao-em-saude-coletiva

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC): https://www.unesc.net/