Por Vanizia Barboza da Silva Maciel, Professora, Universidade Federal do Acre, Cruzeiro do Sul, AC, Brasil
Em um estudo publicado na Acta Paulista de Enfermagem no volume 29, número 4 de 2016, intitulado “Aleitamento materno em crianças indígenas de dois municípios da Amazônia Ocidental Brasileira” pesquisadores da Universidade Federal do Acre e da Universidade Federal de São Paulo identificaram lacunas de conhecimento sobre a amamentação entre os indígenas. Além disso, as prevalências de aleitamento materno estão aquém daquelas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses resultados são importantes, pois fornecem dados concretos para elaboração de políticas públicas de saúde materno infantil para acabar com as desigualdades observadas quando a pesquisa foi realizada nas aldeias da Amazônia Ocidental Brasileira. Em geral, a população indígena sofre com as desigualdades sociais praticadas desde o período colonial do Brasil. Ressaltam que a prática da amamentação deve ser estimulada e aprimorada nessas etnias inserindo as lideranças e famílias no contexto sociocultural para que as diretrizes da OMS e Ministério da Saúde sejam cumpridas. Consequentemente, deverá melhorar a atual situação de diarreia frequente, problemas respiratórios, desnutrição, infecções e mortalidade infantil.
Este é um estudo transversal com entrevistas feitas diretamente nas aldeias entre as mães das crianças indígenas menores de dois anos, com um longo e exaustivo percurso para aprovação ética, pois os povos indígenas são considerados uma população especial para a Ciência. Nos resultados, destaca-se as idades médias de aleitamento materno (11,4 meses) e de aleitamento materno exclusivo (5,1 meses). Em crianças menores de seis meses, o aleitamento materno exclusivo esteve presente em apenas 35% delas.
Essa publicação surge em um contexto em que os indígenas no Brasil têm maior probabilidade de estarem expostos a um rápido processo de transição nutricional, não completar o seu primeiro ano de vida, sofrer desnutrição e anemia durante o período de crescimento e conviver com uma elevada carga de doenças infecciosas e parasitárias. Embora as desvantagens na saúde dessa população exijam mudanças, os investimentos em pesquisa e políticas públicas na Amazônia Ocidental Brasileira são escassos.
Para ler o artigo, acesse
MACIEL, V.B.S., et al. Aleitamento materno em crianças indígenas de dois municípios da Amazônia Ocidental Brasileira. Acta paul. enferm. 2016, vol. 29, n. 4, pp. 469-475. [viewed 11th January 2017]. ISSN: 1982-0194. DOI: 10.1590/1982-0194201600064. Available from: http://ref.scielo.org/ycqykb
Link externo
Acta Paulista Enfermagem – APE: <http://www.scielo.br/ape>
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários