Por Hallissa Simplício Gomes Pereira, Professora adjunta, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil
A posição da mandíbula – mais para frente ou mais para trás – influencia na atratividade facial, na contratação para um emprego e na percepção da condição socioeconômica dos indivíduos. Foi o que constatou um estudo realizado por um grupo de pesquisadores do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), publicado na Dental Press Journal of Orthodontics, volume 22, número 2. A pesquisa foi liderada pela professora Hallissa Simplício Gomes Pereira, professora adjunta da UFRN.
Um homem negro, um homem branco, uma mulher negra e uma mulher branca com faces harmônicas serviram como modelos para obtenção de uma fotografia de perfil facial. Cada fotografia obtida foi digitalmente manipulada para a obtenção de sete perfis faciais: um ideal, três simulando avanço mandibular e três simulando retrusão mandibular, originando 28 fotografias. Estas fotografias foram avaliadas por meio de um questionário por quatro grupos de avaliadores: ortodontistas, cirurgiões bucomaxilofaciais, artistas visuais e leigos.
Os resultados demonstraram que a posição da mandíbula teve forte influência sobre o quão agradável é considerada a face de um indivíduo. Os perfis apontados como mais atrativos também foram considerados como mais favoráveis à contratação para vaga de um emprego. Poucas diferenças significativas entre os diferentes grupos de avaliadores foram observadas.
“Nota-se, portanto, estreita relação da atratividade facial com uma maior facilidade das pessoas para se conseguir um emprego”, dizem os autores, no texto. Quando se questionou qual dos perfis aparentava ter melhor condição socioeconômica, observou-se que, de modo geral, os mesmos perfis escolhidos como mais atrativos e merecedores de vagas de emprego foram os apontados como os mais elevados na escala socioeconômica. Dessa forma, o estudo lança luz sobre a importância da Ortodontia no contexto social.
Outros autores já haviam realizado estudos semelhantes (JOHNSTON, et al., 2005; KURODA, et al., 2009). No entanto, nenhum deles avaliou a influência na percepção do perfil socioeconômico. Outro aspecto interessante da pesquisa é a inclusão do grupo de artistas visuais, profissionais que não dispõem da formação técnica de ortodontistas e cirurgiões, mas que também baseiam o julgamento em princípios estéticos.
Referências
JOHNSTON, C., et al. The influence of mandibular prominence on facial attractiveness. Eur J Orthod. [online]. 2005, vol. 27, no. 2, pp. 129-133, ISSN: 1460-2210 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1093/ejo/cjh093. Avaliable from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15817618
KURODA, S., et al. Influence of anteroposterior mandibular positions on facial attractiveness in Japanese adults. Am J Orthod Dentofacial Orthop. [online]. 2009, vol. 135, no. 1, pp.73-78, ISSN: 0889-5406 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1016/j.ajodo.2006.12.021. Avaliable from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19121504
Para ler o artigo, acesse:
SENA, L. M. F., et al. The influence of sagittal position of the mandible in facial attractiveness and social perception. Dental Press J. Orthod. [online]. 2017, vol. 22, no. 2, pp. 77-86, ISSN: 2176-9451 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1590/2177-6709.22.2.077-086.oar. Avaliable from: http://ref.scielo.org/99jm6m
Link externo
Dental Press Journal of Orthodontics – DPJO: <http://www.scielo.br/dpjo>
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