Mulheres são mais vulneráveis à mortalidade após Angioplastia Primária

Vinícius Guida, Vital Agência de Comunicação, assessoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil. 

Logo do periódico Arquivos Brasileiros de CardiologiaO estudo “Preditores de Mortalidade Hospitalar nos Pacientes Tratados por Angioplastia Primária: Um Estudo de Caso-Controle Multicêntrico, publicado na edição de setembro da revista científica ABC Cardiol, que analisou 26.990 registros de pacientes que passaram pelo procedimento de angioplastia primária entre os anos de 2004 e 2018, mostrou quais foram os preditores de mortalidade presentes nesses casos. Utilizando dados das cinco regiões do país, a pesquisa concluiu que alguns fatores são decisivos para o risco de mortalidade,.dentre eles, o gênero, sendo o feminino mais vulnerável.

Isso foi concluído porque a taxa de mortalidade de mulheres foi de 4,7%, quase o dobro da dos homens, 2,7%. Segundo o principal autor do artigo, Pedro Paulo Neves de Castro, do Hospital Márcio Cunha (Ipatinga/MG), “este é um dado importante que chama atenção para a necessidade de direcionarmos um olhar mais especial às mulheres”.

Além disso, outros destaques do estudo foram a “função ventricular” e o “sucesso do tratamento”. O estudo identificou que pacientes que obtiveram sucesso no tratamento da lesão (avaliada pelo fluxo TIMI II ou III) ou que não evoluíram com disfunção ventricular grave apresentaram baixa taxa de mortalidade. “Isso mostra a importância do tratamento e como precisamos pensar em estratégias para o paciente chegar mais precocemente no nosso serviço”, diz Neves de Castro.

Distribuição de pacientes que foram submetidos ao tratamento de Angioplastia Primária por região

Imagem: autoria própria.

O cardiologista ainda ressalta que, embora o tempo porta-balão não tenha apresentado diferenças significativas entre os grupos, o tempo de isquemia é um fator importante. “Mesmo com os esforços para reduzir o tempo porta-balão dentro do hospital, às vezes o paciente demora horas para chegar. Isso é muito mais difícil de abordar porque requer instrução e levar informação para os pacientes, conscientizando da importância da busca rápida por atendimento”.

Além do risco mais elevado em pacientes com disfunção global acentuada do ventrículo esquerdo e do sexo feminino, a pesquisa também identificou como preditores de mortalidade a classificação de Killip, o reinfarto, a idade acima dos 70 anos e o fluxo TIMI 0/I pós-intervenção.

Para ler o artigo, acesse

CASTRO, P.P.N., et al. Preditores de Mortalidade Hospitalar nos Pacientes Tratados por Angioplastia Primária: Um Estudo de Caso-Controle Multicêntrico. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2022, vol. 119, no. 3, pp. 448-457 [viewed 00]. https://doi.org/10.36660/abc.20210015. Available from: https://www.scielo.br/j/abc/a/WJGKPLJGf9rHwCGXh4CQxRd/.

Links externos

Arquivos Brasileiros de Cardiologia – ACB: https://www.scielo.br/abc/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

GUIDA, V. Mulheres são mais vulneráveis à mortalidade após Angioplastia Primária [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2022 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2022/11/17/mulheres-sao-mais-vulneraveis-a-mortalidade-apos-angioplastia-primaria/

 

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