Rosa Emilia Moraes, Scientific journalist at Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil.
Atualmente já existem dados de longo prazo que demonstram a eficácia da cirurgia bariátrica como estratégia no manejo da perda de peso, reduzindo os índices de mortalidade e morbidade entre os obesos (TEMPERLEY et al., 2021).
A gastrectomia vertical laparoscópica (LSG) é um tipo de cirurgia bariátrica considerada segura e tecnicamente mais simples de realizar do que o bypass gástrico. Embora o volume esperado de perda sanguínea de uma bariátrica não seja normalmente alto, as complicações hemorrágicas são as mais temidas. Na técnica LSG, um dos principais riscos está relacionado à anastomose, como os sangramentos e formação de fístulas crônicas por complicações na linha de grampeamento (RAMOS et al., 2015).
No artigo Tranexamic acid effects in postoperative bleeding outcomes in laparoscopic sleeve gastrectomy: a controlled study, publicado na Acta Cirúrgica Brasileira (vol. 37, no. 7, 2022), uma investigação clínica comprovou as vantagens do uso do ácido tranexâmico como auxiliar na redução da hemorragia no contexto da cirurgia bariátrica do tipo gastrectomia vertical por laparoscopia. A pesquisa foi realizada de janeiro de 2019 a junho de 2020 no Centro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital São Domingos, em São Luís (MA), com cientistas da Universidade Federal do Maranhão.
Figura 1. Fluxograma da análise de pacientes. GTXA = grupo de pacientes que receberam o ácido tranexâmico.
Com descrição técnica dos procedimentos empregados e a metodologia aplicada à coleta de dados e às análises apresentadas, o estudo comprova as reduções de perda sanguínea no intraoperatório, e pós-operatório sem complicações hemorrágicas, evidenciados nos maiores valores apontados em hematócrito (HCT) e no menor tempo de internação hospitalar.
As informações obtidas levam à conclusão de que a utilização do ácido tranexâmico é um procedimento vantajoso e seguro clinicamente, já que não foi registrado nenhum evento tromboembólico durante a pesquisa. Trata-se ainda de método de baixo custo e execução rápida, que pode reduzir o tempo de permanência no ambiente hospitalar e prevenir complicações graves.
O estudo analisou um total de 61 pacientes entre 18 e 65 anos, que se submeteram a cirurgia bariátrica do tipo gastrectomia vertical laparoscópica, selecionados e divididos em dois grupos: o GTXA, que recebeu o ácido tranexâmico por via intravenosa durante a anestesia, e o Grupo de Controle (CG), no qual não houve tal intervenção. Ambos os grupos seguiram os mesmos protocolos de anestesia e tromboprofilaxia.
Os resultados estão dispostos em tabelas e fluxogramas contemplando as características dos pacientes e dados comparativos entre ambos os grupos em cada etapa da pesquisa.
Referências
RAMOS, A.C., et al. Technical aspects of laparoscopic sleeve gastrectomy. ABCD, arq. bras. cir. dig. [online]. 2015, vol. 28, no. Suppl 1, pp. 65-68 [viewed 23 November 2022], . https://doi.org/10.1590/S0102-6720201500S100018. Available from: https://www.scielo.br/j/abcd/a/WWtMswvvPs4T7Pr87WPH3Ym/
TEMPERLEY, L, SULLIVAN, A. and ARUCHUNA, R. Bariatric surgery and the endoscopist. Frontline Gastroenterology [online]. 2021, vol. 12, no. 7, pp. 683-689 [viewed 23 November 2022]. https://doi.org/10.1136/flgastro-2020-101681. Available from: https://fg.bmj.com/content/12/7/683
Para ler o artigo, acesse
BRITO, R.M., et al. Tranexamic acid effects in postoperative bleeding outcomes in laparoscopic sleeve gastrectomy: a controlled study. Acta Bras Cir [online]. 2022, vol. 37, no. 7, e370702 [viewed 23 November 2022]. https://doi.org/10.1590/acb370702. Available from: https://www.scielo.br/j/acb/a/WGC6BWDRJPR9D9hcZrvxFBd/
Links externos
Acta Cirúrgica Brasileira – ACB: https://www.scielo.br/j/acb/
Universidade Federal do Maranhão (UFMA): https://portalpadrao.ufma.br/site
Hospital São Domingos (HSD): https://www.hospitalsaodomingos.com.br/
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