Kris Herik de Oliveira, Doutor em Ciências Sociais e Bolsista Fapesp de Jornalismo Científico (2023/11803-9), Labjor/Unicamp, Campinas/SP, Brasil.
O campo da Saúde Coletiva segue em processo de desenvolvimento no Brasil. Desde a criação do primeiro curso, em 1971, até 2022, o país já soma um total de 97 programas de pós-graduação na área em funcionamento, sendo 55 acadêmicos e 42 profissionalizantes. No entanto, persiste uma assimetria em relação à sua distribuição geográfica, com especial déficit nas regiões Norte e Centro-Oeste, tanto em número de ofertas de cursos como na nota dos programas. Ambas as regiões contam com 6 programas em funcionamento, enquanto a região Sudeste conta com 44 programas (CAPES, 2019; 2022).
Imagem: CAPES/Plataforma Sucupira, 2022.
Figura 1. Indicadores da Pós-Graduação em Saúde Coletiva no Brasil, 2022.
Em atenção às assimetrias regionais, ao final de 2023, o periódico Saúde e Sociedade publicou um suplemento voltado às pesquisas em Saúde Coletiva de instituições situadas na região Centro-Oeste do Brasil. Essa iniciativa ganhou forma através da parceria com a Universidade de Brasília (UnB), por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (mestrado profissionalizante, acadêmico e doutorado), e a unidade da Fundação Oswaldo Cruz localizada em Brasília, por meio de seu programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Saúde (mestrado profissionalizante).
Segundo o editorial assinado por Sandra Mara Campos Alves et al. (2023, p. 2), “a experiência de publicação conjunta em tão importante veículo, como o periódico Saúde e Sociedade, traz o desafio não apenas de dar publicidade aos trabalhos produzidos por professores e alunos das duas instituições, mas o de integrar também a equipe da Saúde Coletiva da Faculdade de Ceilândia, da UnB, com o propósito de conhecer os trabalhos de professores e alunos da distante cidade satélite de Brasília, mas, igualmente, incorporá-los nas pesquisas e produção científica do campus universitário principal, como também da Fiocruz”.
Imagem: elaboração do autor.
Os trabalhos que compõem este suplemento abordam de modo interdisciplinar problemáticas relativas à saúde e políticas públicas na região e para além dela. Através de “múltiplos olhares, propiciados por instituições da árida região Centro-Oeste”, busca demonstrar que “distintas abordagens interdisciplinares são importantes ferramentas para atuar positivamente no combate aos determinantes geradores de iniquidades em saúde” (ALVES et al., 2023, p. 2). De modo mais específico, o suplemento aborda temas como: Covid-19, fake news, mobilidade urbana, comunicação na saúde, grupos vulneráveis, pobreza, habitação, meio ambiente, saúde planetária, entre outros.
Desta maneira, esta publicação situa a importância da produção científica no Centro-Oeste para pensar a Saúde Coletiva e seus desdobramentos. Corrobora, nas palavras das editoras, com “a necessidade de se pensar em ações e políticas integradas, aplicando o conceito de Saúde Única (One Health), de abordagem interdisciplinar e multissetorial e que propicia maior cooperação e integração entre campos distintos não apenas na identificação de desafios da gestão, mas especialmente na proteção da saúde” (ALVES et al., 2023, p. 2).
OLIVEIRA, K.H. Contribuições da região Centro-Oeste à Saúde Coletiva [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2024 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2024/03/19/contribuicoes-da-regiao-centro-oeste-a-saude-coletiva/
![Mulher de cabelos curtos com mechas azuis, usando máscara e roupa preta, segurando uma placa durante um manifesto contra a violência às mulheres. Na placa está escrito: "que ser mujer no nos cueste la vida" [que ser mulher não nos custe a vida, em português].](https://pressreleases.scielo.org/wp-content/uploads/2024/03/thumb-4.jpg "A experiência militante de três jovens professoras e as contribuições do feminismo de rede")
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