Por Maria Cecília de Souza Minayo, Editora-chefe, Rio de Janeiro, RJ, Brasil e Luiza Gualhano, Assistente de comunicação, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Ciência & Saúde Coletiva em seu volume 21, número 11 trata dos “Problemas de saúde e vulnerabilidade da população idosa”. O Brasil tem hoje mais de 26 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que corresponde a 13% da população do país. Para lidar com essa população crescente, o país modernizou sua legislação e seus planos nacionais, de forma a incorporar as disposições previstas no Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, – particularmente o envelhecimento ativo – proposto na Assembleia de Madri de 2002, o qual busca assegurar que a estrutura institucional para esses cidadãos se fundamente nos direitos humanos.
A maioria da população acima dos 60 anos é saudável, está ativa e em plena capacidade funcional. Por isso, a longevidade é um bônus para a sociedade brasileira. Inclusive, muitos idosos e idosas continuam trabalhando, mantêm suas famílias ou contribuem para tanto, constituindo parte da força produtiva e da sociedade de consumo. Porém, uma parte expressiva desse grupo etário possui alguma ou múltiplas dependências físicas, mentais e sociais. Essas pessoas são as mais vulneráveis a doenças, violências, negligências e abandono. E dentre todas, as pobres e as que não têm família são as mais frágeis. Também são essas as maiores vítimas da escassez de recursos, ficando a cargo das famílias atender às suas necessidades.
É particularmente sobre esse grupo que este número temático se debruça, sob várias perspectivas e abordagens. São analisadas as fragilidades dos idosos acometidos por HIV/AIDS, doenças renais, complicações metabólicas, baixa qualidade da dieta, obesidade, problemas odontológicos, lesionados por quedas, ou vítimas do uso inapropriado de medicamentos, dentre vários outros problemas. Um segundo grupo de textos trata das desigualdades sociais que se expressam particularmente nas dificuldades de acesso aos serviços, à atenção e às medicações e aos cuidados adequados, inclusive no âmbito social e familiar. Uma terceira perspectiva mostra a autopercepção dos idosos sobre sua saúde e qualidade de vida. Por fim, um grupo de textos disserta sobre os problemas dos que estão institucionalizados.
A edição traz ainda a resenha do livro “A quarta idade: o desafio da longevidade”, cuja liderança organizativa é do reconhecido geriatra Dr. Papaléo Neto, e trata da população acima de 80 anos, grupo etário que mais cresce hoje no país. Escrita por geriatras, gerontólogos e outros pesquisadores, essa obra é de grande interesse para os profissionais de saúde, familiares e cuidadores.
Para ler os artigos, acesse
Ciência & Saúde Coletiva, vol.21 no.11, Rio de Janeiro, nov. 2016 – <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-812320160011&lng=pt&nrm=iso>
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Ciência & Saúde Coletiva – CSC: <http://www.scielo.br/csc>
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