Doença arterial coronariana pode estar associada à genética

Renan Alves Pereira, jornalista e assessor de imprensa, Vital Agência de Comunicação, Assessoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil.

Logo do periódico International Journal of Cardiovascular SciencesUm estudo publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), parte da observação de que mulheres com doença arterial coronária obstrutiva ou não obstrutiva ligada a determinados fatores de riscos passam por quadros médicos parecidos. Apesar disso, não existem pesquisas direcionadas a tais populações para tentar entender possíveis implicações genéticas.

A partir dessa necessidade, os autores do trabalho exploraram a relação entre o genótipo DD (associado aos níveis mais elevados de concentração da enzima conversora angiotensina) em mulheres menopausadas acima do peso e os fatores de risco de aterosclerose coronariana, ou doença arterial coronariana.genótipo DD.

O artigo DD Genotype and Atherosclerosis in Overweight Menopausal Women é resultado de um estudo transversal e retrospectivo que avaliou dados de 356 mulheres que passavam pela menopausa na época da realização da pesquisa e realizaram uma cateterização coronariana. Essas pacientes tiveram seus DNAs coletados, analisados e posteriormente disponibilizados para consulta do público especializado. As variáveis utilizadas para nortear o estudo foram sobrepeso, diabetes, hipertensão, dislipidemia, hábito de fumar, sedentarismo e histórico familiar de doença arterial coronariana. Todos os dados foram retirados de uma base de 1.449 pacientes do Instituto do Coração (InCor).

Foto: três mulheres de costas, andando em uma trilha de mãos dadas. No fundo, um espaço verde com árvores e grama.

Imagem: ShutterStock.

A menopausa é um período de transformação na vida das mulheres. Nessa fase, os níveis de lipoproteínas aumentam, e é preciso reforçar que alterações no status lipídico estão intimamente relacionadas com a aterosclerose coronariana. A reposição de hormônios em partículas de lipoproteínas de baixa densidade pode ser o fator responsável pelas mudanças mencionadas. Mesmo que uma terapia de estrogênio possa ajudar a aumentar o nível de lipoproteínas de alta densidade, a variabilidade do indivíduo também é um fator a ser considerado, visto que esta depende da variação de alelos do gene receptor de estrogênio.

Os autores do texto avaliam que a informação genética é uma chave importante para auxiliar em decisões médicas e contribuir para a prevenção da doença arterial coronariana. Por isso, é de considerável importância que mais pesquisas relacionem os assuntos, contribuindo para melhorar a compreensão dos pontos de encontro entre as causas da aterosclerose e a genética em indivíduos do sexo feminino. Para além do que foi discutido, os dados analisados durante a pesquisa também endossam uma associação entre a doença arterial coronariana e o sistema renina-angiotensina em mulheres que passam pela menopausa.

Para ler o artigo, acesse

LANZ-LUCES, J.R., et al. DD Genotype and Atherosclerosis in Overweight Menopausal Women. Int J Cardiovasc Sci [online]. 2021, vol. 34, no. 4, pp. 411-419 [viewed 16 March 2023]. https://doi.org/10.36660/ijcs.20200400. Available from: https://www.scielo.br/j/ijcs/a/6FWYmpy6jnR8vmVr4fWYDcH/

Links externos

International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS: https://www.scielo.br/j/ijcs/

International Journal of Cardiovascular Sciences: https://ijcscardiol.org/

Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.portal.cardiol.br/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

PEREIRA, R.A. Doença arterial coronariana pode estar associada à genética [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2023 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2023/03/16/doenca-arterial-coronariana-pode-estar-associada-a-genetica/

 

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