Alta exposição a poluentes é prejudicial para a frequência cardíaca em adultos

Renan Alves Pereira, jornalista e assessor de imprensa, Vital Agência de Comunicação, assessoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil.

Logo do periódico International Journal of Cardiovascular SciencesAdultos brasileiros têm sua variabilidade da frequência cardíaca impactada negativamente por poluentes do ar, aponta estudo publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O trabalho analisou a frequência cardíaca de brasileiros saudáveis de ambos os sexos com idades entre 20 e 30 anos. Esses 36 voluntários à pesquisa passaram por uma anamnese e foram divididos em dois grupos: dez homens e oito mulheres de São Paulo, capital, e dez homens e oito mulheres de São Carlos, interior do estado de São Paulo. Os dados são da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), e o recorte temporal da análise abrange desde abril até setembro de 2011.

O artigo Impact of Air Pollutant on Heart Rate Variability in Healthy Young Adults analisou dados fornecidos pela CETESB que ajudaram a perceber que adultos expostos a poluentes sofrem uma redução na modulação autonômica cardíaca (controle dos batimentos cardíacos pelo sistema nervoso), impacto que é maior entre a população feminina. Uma vez que, para a cidade de São Carlos, o site da CETESB fornece apenas dados relacionados a fumaça, o estudo considerou apenas esse poluente.

Foto: relógio inteligente no pulso de uma pessoa. Material preto, visor analógico, contagem de passos e de batimentos cardíacos.

Imagem: Pixabay.

O estudo foi guiado por uma metodologia observacional transversal, que analisa dados coletados em um determinado período. Os autores partiram da hipótese de que a exposição a baixas concentrações de poluição se distingue da exposição a altas concentrações, porque o indivíduo da primeira tem uma modulação autonômica cardíaca mais alta em relação ao indivíduo da última. A pesquisa também tinha como pressuposto que as mulheres têm um controle autonômico cardíaco melhor que os homens.

O estudo comprovou que a longa exposição à fumaça gera impactos negativos na modulação autonômica cardíaca e que as mulheres tem uma piora mais acentuada na modulação parassimpática (controle dos batimentos cardíacos pelo nervo vago, responsável pela diminuição da frequência cardíaca) do que homens vivendo sob uma baixa concentração de poluentes. Além disso, o artigo abre a possibilidade de se pensar em uma adaptação por parte dos adultos expostos a poluentes por longo tempo.

É importante ressaltar que o estudo foi feito com base em apenas duas cidades brasileiras. Considerando a imensidão e as diferenças do nosso país, os autores deixam um convite para que mais pesquisas sobre o tema possam ser feitas a fim de expandir o conhecimento que se tem sobre os impactos da poluição na saúde das pessoas  e seus efeitos diferenciais de acordo com o gênero.

Para ler o artigo, acesse

MELINSKI, A.C., et al. Impact of Air Pollutant on Heart Rate Variability in Healthy Young Adults. Int J Cardiovas. Sci [online]. 2022, vol. 35, no. 4, pp. 523-529 [viewed 17 March 2023]. https://doi.org/10.36660/ijcs.20200380. Available from: https://www.scielo.br/j/ijcs/a/5C73Z8JntkfgmwB4jScHj9r/

Links externos

International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS: https://www.scielo.br/j/ijcs/

International Journal of Cardiovascular Sciences: https://ijcscardiol.org/

Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.portal.cardiol.br/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

PEREIRA, R.A. Alta exposição a poluentes é prejudicial para a frequência cardíaca em adultos [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2023 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2023/03/17/alta-exposicao-a-poluentes-e-prejudicial-para-a-frequencia-cardiaca-em-adultos/

 

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