Questões socioculturais e religiosas estão por trás da hesitação vacinal na América Latina e África

Clara Rosa Guimarães, jornalista de Cadernos de Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 

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A pandemia de COVID-19 trouxe à tona uma teia complexa de desafios para a saúde global. Em meio a dúvidas e resistência, a vacinação emergiu como uma ferramenta fundamental para conter o avanço da crise sanitária. Em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram investigadas as especificidades da hesitação vacinal contra a COVID-19 em países da América Latina e África. 

Essa pesquisa, que deu origem a Revisão Hesitação vacinal contra a COVID-19 na América Latina e África: uma revisão de escopo, publicada no periódico Cadernos de Saúde Pública, foi norteada pela questão central “como a literatura científica aborda a hesitação vacinal contra a COVID-19 em países da América Latina e África?”. Ao todo, 94 publicações foram selecionadas em bases de dados como PubMed, Scopus, Web of Science e Biblioteca Virtual em Saúde.

O artigo de Bruna Aparecida Gonçalves, Camila Carvalho de Souza Amorim Matos, Jonathan Vicente dos Santos Ferreira, Renata Fortes Itagyba, Vinicius Rocha Moço e Marcia Thereza Couto mostra como a hesitação vacinal contra a COVID-19 é uma realidade complexa e multifacetada, com raízes em aspectos socioculturais, políticos, religiosos e históricos.

Figura 1. Maiores percentuais de hesitação vacinal contra a COVID-19 nos estudos em países africanos e latino-americanos segundo as nomenclaturas utilizadas pelos respectivos autores.

As razões para a hesitação foram exploradas em 84 dos 94 estudos, revelando preocupações com eventos adversos, dúvidas sobre a segurança das vacinas, incertezas sobre a eficácia, teorias conspiratórias e desconfiança em relação aos ensaios clínicos como alguns dos motivos mais comuns.

Uma constatação chave desse estudo é a limitação do uso de instrumentos e abordagens provenientes do Norte Global na análise da hesitação vacinal no Sul Global. A diversidade de fatores que influenciam a hesitação, incluindo contextos culturais, sociais e religiosos únicos, pode não ser completamente compreendida na adoção de estratégias. Os achados da Revisão evidenciam como a compreensão desta variedade é fundamental para avanços no campo da saúde pública.

Para ler os artigos, acesse

GONÇALVES, B.A., et. al. Hesitação vacinal contra a COVID-19 na América Latina e África: uma revisão de escopo. Cad. Saúde Pública [online]. 2023, vol. 39, no. 8, e00041423 [viewed 06 September 2023]. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT041423. Available from: https://www.scielo.br/j/csp/a/mG3KW39FWkDYckJQFGMcxNt/

Links externos

Cadernos de Saúde Pública – CSP: https://www.scielo.br/j/csp/

Cadernos de Saúde Pública – Site: https://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

Questões socioculturais e religiosas estão por trás da hesitação vacinal na América Latina e África [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2023 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2023/09/06/questoes-socioculturais-e-religiosas-estao-por-tras-da-hesitacao-vacinal-na-america-latina-e-africa/

 

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