Gestação de homens trans ainda é alvo de estigma no âmbito da saúde

Joecio Cordeiro Cardoso, discente da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana, BA, Brasil.

Sélton Diniz dos Santos, docente na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana, BA, Brasil.

Logo do periódico Acta Paulista de Enfermagem

Homens transgênero e pessoas trans masculinas têm direito a uma assistência à saúde qualificada para atender suas demandas e necessidades. No entanto, o estudo Estigma na percepção de médicas e enfermeiras sobre o pré-natal de homens trans, publicado no periódico Acta Paulista de Enfermagem, revela que o estigma na percepção de profissionais da saúde ainda afeta as tomadas de decisão e condutas clínico-assistenciais no pré-natal de homens trans no Brasil, especialmente na Atenção Primária à Saúde, o que impacta negativamente na qualidade do atendimento.

Desenvolvida com nove profissionais de saúde (seis enfermeiras e três médicas) atuantes em Unidades de Saúde da Família em um município na Bahia, a pesquisa contou com a realização de entrevistas em profundidade, submetidas à Análise Temática Reflexiva e interpretação baseada na teoria do estigma e do conceito de cisheteronormatividade.

Ilustração de um casal de homens trans, com um deles grávido sendo abraçado pelo outro, posicionados acima da bandeira trans. A imagem inclui elementos simbólicos de saúde, como um band-aid, uma seringa, um frasco de remédios e cápsulas flutuando. À direita do casal, uma mão estendida, pronta para um high five, usa uma luva roxa de látex típica de profissionais da saúde.

Imagem: elaboração dos autores.

A análise das entrevistas evidenciou dois temas que explicitam o estabelecimento de rótulos e estereótipos ao corpo, mente e identidade de gênero do homem trans grávido: o (des)preparo profissional, atrelado ao distanciamento das demandas desse grupo, e a prevalência de perspectivas cisheteronormativas no cuidado pré-natal.

Dentre os elementos do estigma observados estão: afastamento, rótulos, estereótipo, descrédito e discriminação. Tais elementos (percepções estigmatizantes) se manifestaram dentro da lógica da normalidade e equiparação cisgênero das necessidades de saúde dos homens trans no contexto pré-natal.

Nesse sentido, os pesquisadores enfatizam o estabelecimento de rótulos estigmatizantes que afetam diretamente a qualidade do acompanhamento gravídico-puerperal de homens trans, incluindo a criação de estereótipos sobre a identidade transgênero e o pré-natal, e o descrédito quanto à possibilidade de um homem trans engravidar, o que leva ao afastamento e à falta de atenção às suas necessidades no cuidado pré-natal.

Para ler o artigo, acesse

CARDOSO, J.C., et al. Estigma na percepção de médicas e enfermeiras sobre o pré-natal de homens transexuais. Acta paul. enferm. [online]. 2024, vol. 37, eAPE00573 [viewed 17 July 2024]. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2024AO00000573Available from: https://www.scielo.br/j/ape/a/cVnvFhvtb5qmX5bYN4Jqrbt

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

CARDOSO, J.C. and SANTOS, S.D. Gestação de homens trans ainda é alvo de estigma no âmbito da saúde [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2024 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2024/07/17/gestacao-de-homens-trans-ainda-e-alvo-de-estigma-no-ambito-da-saude/

 

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