Por Marcelo Siqueira de Oliveira, professor assistente na Universidade Federal do Acre, Centro Multidisciplinar, Cruzeiro do Sul, AC, Brasil
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal do Acre (UFAC) realizaram uma pesquisa com intuito de observar a produção científica sobre a hepatite Delta no Brasil.
Os resultados revelaram, num intervalo de trinta anos (1987-2017), uma produção científica centrada majoritariamente em estudos observacionais que, apesar de serem importantes para a definição do perfil epidemiológico e de indicadores de saúde, são considerados de baixa evidência científica para efeito de inovação nas práticas de saúde baseadas em evidências.
O artigo “Evidências científicas sobre a hepatite Delta no Brasil: revisão integrativa da literatura” foi publicado em 2017 no periódico Acta Paulista de Enfermagem (OLIVEIRA, et al., 2017) e apresenta um retrato dos rumos da produção científica sobre a hepatite Delta no Brasil e se mostra útil para nortear pesquisadores quanto à realização de novos estudos, considerando objetivos e métodos que visem produzir mudanças efetivas nas práticas assistenciais em benefício dos pacientes.
A infecção por vírus da hepatite Delta ocorre exclusivamente em pacientes previamente infectados por vírus da hepatite B. No território brasileiro, a doença apresenta elevadas taxas de endemicidade na região amazônica, com relatos frequentes de mortes por hepatite fulminante (CICERO, et al., 2016). O agravo também está relacionado com desfechos graves da doença hepática crônica, como a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular (ALFAIATE; DÉNY; DURANTEL, 2015).
No Brasil, a assistência aos pacientes infectados segue um protocolo do Ministério da Saúde, baseado em consensos internacionais. Contudo, são escassas as opções de tratamento, estando as intervenções terapêuticas centradas numa limitada combinação de drogas de ação antiviral e no transplante hepático (BRASIL; MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2016), exigindo esforço contínuo da comunidade científica para a formulação de novas alternativas.
Referências
ALFAIATE, D., DÉNY, P. and DURANTEL, D. Hepatitis delta virus: From biological and medical aspects to current and investigational therapeutic options. Antiviral Research [online]. 2015, vol. 122, pp. 112-129, ISSN: 0166-3542 [viewed 09 February 2018]. DOI: 10.1016/j.antiviral.2015.08.009. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26275800
BRASIL. MINISTÉRIO DA SÁUDE. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para Hepatite B e coinfecções. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. [viewed 09 February 2018]. Available from: http://www.aids.gov.br/tags/publicacoes/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas
CICERO, M.F., et al. Is Hepatitis Delta infections important in Brazil? BMC Infectious Diseases [online]. 2016, vol. 16, no. 1, ISSN: 1471-2334 [viewed 09 February 2018]. DOI: 10.1186/s12879-016-1856-9. Available from: https://bmcinfectdis.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12879-016-1856-9
Para ler o artigo, acesse:
OLIVEIRA, M.S., et al. Evidências científicas sobre a hepatite Delta no Brasil: revisão integrativa da literatura. Acta paul. enferm. [online]. 2017, vol. 30, no. 6, pp. 658-666, ISSN: 1982-0194 [viewed 09 February 2018]. DOI: 10.1590/1982-0194201700091. Available from: http://ref.scielo.org/3xwnjv
Link externo
Acta Paulista de Enfermagem – APE: <http://www.scielo.br/ape>
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