Por Fabiana Sabadini Rezende Niglio, Coordenadora de Comunicação e Silvia Pimentel Marconi Germer, Editora adjunta, Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, SP, Brasil
O Whey Protein Food Supplement (WPFS), que é derivado do soro de leite, é o mais consumido dos suplementos alimentares. O produto apresenta muitas propriedades funcionais, com potenciais benefícios a saúde, tais como hipertrofia muscular, diminuição da gordura corporal e melhoria da resistência.
Apesar do intenso consumo do produto por atletas de alta performance e frequentadores de academia, inexiste uma regulamentação específica, bem como um monitoramento de seu processo produtivo, gerando, por vezes, divergências entre conteúdo e rótulo (ANDRADE, et al., 2019).
Partindo desta premissa, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Militar de Engenharia (IME) (Rio de Janeiro/RJ), publicaram, no Brazilian Journal of Food Technology (vol. 22), o artigo “Determinação de adulterantes em proteína de soro de leite por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas de alta resolução do tipo Orbitrap”. No estudo, a técnica analítica foi otimizada e validada na análise de 105 prováveis compostos, demonstrando ser adequada para o controle de adulteração do produto.
Além disso, onze marcas de WPFS do mercado foram analisadas pela metodologia. Na análise, uma alíquota de 20 mg de cada amostra foi dissolvida em 2 mL de água, e controles foram preparados: branco (água), negativo (matriz sem os prováveis compostos adulterantes) e controle positivo (matriz com 50 µL da solução fortificada com os adulterantes). Observou-se que sete das marcas analisadas (63,64%) apresentaram adulteração por compostos diuréticos e estimulantes. O resultado alerta para o fato de que o consumidor de WPFS pode estar ingerindo substâncias com propriedades farmacológicas, que podem, dependendo de fatores associados, causar riscos à saúde.
Nesse contexto, segundo os autores, a criação de normas específicas para esse tipo de produto faz-se necessária, em benefício dos consumidores, bem como uma harmonização das mesmas entre os países, para uma melhor garantia da qualidade.
Referência
ANDRADE, J., et al. FTIR-ATR determination of protein content to evaluate whey protein concentrate adulteration. LWT [online]. 2019, vol. 99, pp. 166-172, ISSN: 0023-6438 [viewed 31 January 2020]. DOI: 10.1016/j.lwt.2018.09.079. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0023643818308107
Para ler o artigo, acesse
ROIFFE, R.R., et al. Determination of adulterants in whey protein food supplements by liquid chromatography coupled to Orbitrap high resolution mass spectrometry. Braz. J. Food Technol. [online]. 2019, vol. 22, e2018206, ISSN: 1981-6723 [viewed 31 January 2020]. DOI: 10.1590/1981-6723.20618. Available from: http://ref.scielo.org/j3cdwk
Link externo
Brazilian Journal of Food Technology – BJFT: <http://www.scielo.br/bjft>
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