Mulheres precisam ser conscientizadas sobre o risco de morte por doenças cardiovasculares

Deborah Rezende, Dehlicom – Soluções em Comunicação Empresarial, assessoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil.

Logo do periódico International Journal of Cardiovascular ScienceA maior causa de morte e invalidez entre mulheres em todo o mundo é atribuída a não comunicação especialmente por doenças cardiovasculares (DCV). Atualmente, as DCV já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero. O artigo “Women and Cardiac Disease: A Special Issue” traz que apesar das melhorias na conscientização sobre as doenças cardíacas no sexo feminino, por meio de várias campanhas e iniciativas, o risco cardiovascular nesta população ainda tende a ser subestimado pelos profissionais de saúde e pelas próprias mulheres. Um dos principais problemas é a falta de dados de estudos robustos sobre DCV no sexo feminino, pelo fato de as mulheres permanecerem sub-representadas na maioria dos ensaios clínicos cardiovasculares, e pela ausência de relatórios de estudos específicos dessa população, o que resulta em incerteza sobre a segurança e eficácia de muitas terapias cardiovasculares.

Especialmente as mulheres jovens são afetadas pela baixa conscientização sobre o risco cardiovascular, conforme confirmado pelos dados do estudo Variação na Recuperação: Papel do Gênero nos Resultados de Pacientes Jovens com IAM (VIRGO), que também descobriu que as mulheres são menos propensas do que os homens a discutir sobre seu risco cardiovascular e modificação de risco potencial com seu provedor de cuidados de saúde.

O documento ainda informa que a preparação dos profissionais de saúde para avaliar o risco cardiovascular das mulheres parece estar abaixo do ideal e, de acordo com os dados da pesquisa, a maioria dos médicos e cardiologistas da atenção primária não implementa de forma abrangente as diretrizes de prevenção de doenças cardiovasculares na população feminina. Além disso, foi repetidamente documentado que mulheres com DCV estabelecidas têm menor probabilidade de receber terapias recomendadas pelas diretrizes. Diferenças relacionadas ao sexo na apresentação da doença e comorbidades podem contribuir para essas disparidades, e as incertezas persistem com relação ao diagnóstico e tratamento de certos estados de DCV que afetam desproporcionalmente as mulheres.

Imagem: lenetstan.

O texto de Roxana Mehrab e Birgit Vogel explica ainda que os fatores de risco cardiovascular podem afetar as mulheres de maneira diferente do que nos homens; e que alguns estudos também sugerem que a associação entre risco cardiovascular e privação socioeconômica é mais pronunciada em mulheres do que em homens. Afirma que pesquisas adicionais são urgentemente necessárias para avaliar o impacto específico do sexo nos fatores de risco estabelecidos, nas condições específicas e nos efeitos diretos e indiretos de fatores sub-reconhecidos, tais como as questões psicossociais, na saúde cardiovascular das mulheres.

O artigo reforça que mais pesquisas também são necessárias para investigar o papel dos hormônios sexuais no risco cardiovascular em mulheres e, apesar do menor risco cardiovascular da população feminina jovem (na pré-menopausa) em comparação com seus colegas do sexo masculino, tendências alarmantes foram documentadas recentemente, com um aumento no infarto do miocárdio em mulheres jovens.

O documento faz parte da edição especial do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS) sobre doenças cardíacas em mulheres, que apresenta pesquisas importantes sobre o tema, bem como estudos que fornecem informações valiosas sobre fatores de risco cardiovascular, classificação e perfis de risco de mulheres de determinados grupos de idade e áreas geográficas. Além disso, esta publicação inclui dados sobre mulheres na menopausa, que marca um momento crítico de aceleração do risco cardiovascular na vida feminina, e aborda o crescente risco cardiovascular na população de sobreviventes do câncer de mama. Uma revisão abrangente da literatura sobre diferenças de sexo e gênero na doença isquêmica do coração, bem como relatos de casos interessantes estão entre os outros artigos de alto rendimento nesta edição, que evidencia que fornecer uma plataforma de pesquisa sobre doenças cardiovasculares em mulheres é um passo crucial para informar as comunidades médica e científica, para aumentar a conscientização e para motivar novos estudos sobre este importante tópico.

Para ler o artigo, acesse

MEHRAB, R., VOGEL, B. Women and Cardiac Disease: A Special Issue. International Jounal of Cardiovascular Sciences [online]. 2021, vol. 34, no 4, pp. 338-339, ISSN: 2359-4802. https://doi.org/10.36660/ijcs.20210173. Available from: http://ref.scielo.org/s2djhq

Links externos

International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS: https://www.scielo.br/ijcs

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

REZENDE, D. Mulheres precisam ser conscientizadas sobre o risco de morte por doenças cardiovasculares [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2021 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2021/09/03/mulheres-precisam-ser-conscientizadas-sobre-o-risco-de-morte-por-doencas-cardiovasculares/

 

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