Doroteia Aparecida Höfelmann, Editora Associada da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Paraná, Brasil.
O artigo Cobertura vacinal em crianças de até 2 anos de idade beneficiárias do Programa Bolsa Família, Brasil. (RESS) (v. 30, n. 3) avaliou a cobertura vacinal com base no calendário do Programa Nacional de Imunizações, entre crianças cujas famílias eram titulares de direito do Programa Bolsa Família.
O estudo envolveu pesquisadores de diversas regiões do país e conta com informações de 3.242 crianças menores de 12 meses de vida entre agosto de 2018 e abril de 2019, sendo 3.008 delas reavaliadas entre setembro de 2019 e janeiro de 2020.
A cobertura vacinal alcançou 6 a cada 10 crianças avaliadas no primeiro acompanhamento, enquanto apenas uma a cada 4 crianças no segundo acompanhamento, o que demonstra uma queda importante da cobertura vacinal com o aumento da idade. No primeiro acompanhamento, a maior cobertura esteve associada a maior renda familiar e à escolaridade das mães, o que não se repetiu no segundo acompanhamento.
As vacinas são medidas de Saúde Pública bastante efetivas na prevenção, eliminação e controle das doenças transmissíveis. O Programa Nacional de Imunizações disponibilizava 44 tipos de imunobiológicos, incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas. No primeiro ano de vida, o calendário vacinal prevê a realização de oito contatos com a família e os serviços de saúde, para que a criança receba um total de 18 doses de vacinas.
Imagem: Bruno Concha/Secom
Os autores salientam que “O Ministério da Saúde, enquanto instituição responsável, tem demonstrado preocupação com o declínio das coberturas vacinais no país. A Organização Mundial da Saúde recomenda coberturas de 90% para BCG e rotavírus humano, e de 95% para os demais imunizantes. As medidas a serem tomadas para promover a vacinação incluem (i) a ampliação do horário dos locais de vacinação, (ii) a superação das barreiras de acesso, (iii) o aproveitamento das oportunidades para a vacinação (consultas ou outros procedimentos nas unidades de saúde), (iv) a identificação das crianças em atraso no calendário vacinal, mediante busca ativa e estratégias comunitárias, (v) a promoção de ações coletivas de educação em saúde, juntamente com a comunidade, para a prevenção de doenças por meio da vacinação, e (vi) o combate a qualquer informação falsa sobre vacinação, sempre exaltando a segurança e os benefícios das vacinas”.
Ainda, os autores da pesquisa destacam que, logo após a conclusão de seu trabalho, a pandemia de COVID-19 chegou ao país e que, muito provavelmente, teve impacto na cobertura vacinal devido a seus efeitos sobre as ações preventivas da rede básica de atenção à saúde.
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FONSECA, K.R. and BUENAFUENTE S.M.F. Análise das coberturas vacinais de crianças menores de um ano em Roraima, 2013-2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2021, vol. 30, no. 3, e2020983 [viewed 20 December 2021]. https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000200010. Available from: https://scielosp.org/article/ress/2021.v30n2/e2020195/pt/
Link(s)
Para acompanhar a cobertura vacinal: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/cpniuf.def
Epidemiologia e Serviços de Saúde, revista do Sistema Único de Saúde do Brasil – RESS: https://www.scielo.br/ress
Para ler as últimas publicações da RESS, acesse: http://ress.iec.gov.br/
Para ler o artigo, acesse
BARCELOS, R.S., et al. Cobertura vacinal em crianças de até 2 anos de idade beneficiárias do Programa Bolsa Família, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2021, vol. 30, no. 3, e2020427 [viewed 20 December 2021]. https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000300010. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/ysK5G4Cq86KWCD4BkGxDLQG/?lang=pt
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