Maria Luiza De Grandi, jornalista da revista Ciência Rural. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
Germán José Cantón, pesquisador associado do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, Balcarce, Argentina.
Hipomagnesemia ocorre quando os níveis de magnésio no sangue estão excessivamente baixos. Sendo um distúrbio metabólico, pode ocorrer por digestibilidade incorreta, redução na absorção de magnésio (deficiência primária) ou fatores metabólicos associados que reduzem a ingestão de Mg (deficiência secundária). A doença ocorre em ruminantes e é responsável por importantes perdas econômicas em rebanhos de corte da Argentina.
Um recente estudo do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA), em parceria com a Universidad Nacional de Mar del Plata, analisou a retrospectiva dos últimos 20 anos, revisando os casos de hipomagnesemia clínica em bovinos de corte registrados no Serviço de Diagnóstico Veterinário do INTA Balcarce, Argentina. O artigo Hipomagnesemia em bovinos de corte da região central da Argentina: estudo retrospectivo foi publicado na Ciência Rural (vol. 52, no. 4).
Para alcançar os resultados, foram analisados, retrospectivamente, os surtos de hipomagnesemia de 1998 a 2017, em fazendas de carne bovina de Buenos Aires, Argentina. Relatórios anamnésicos, epidemiológicos, clínicos e informações bioquímicas foram usados para confirmar o diagnóstico etiológico. Os níveis de Mg no sangue foram testados utilizando espectroscopia de absorção atômica (Perkin Elmer AAnalyst 700, CT, EUA), e as informações climáticas foram obtidas do centro meteorológico do INTA Balcarce.
Imagem: Germán Cánton.
“Utilizamos o banco de dados de casos da Estação de Pesquisa Balcarce do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), Argentina. Todos estes casos em que a hipomagnesemia foi confirmada, foram analisados retrospectivamente para encontrar padrões diferentes, que nos permitissem estabelecer estratégias de controle adequadas.”, explica o pesquisador Gérman Cántón.
Os resultados encontrados são semelhantes aos encontrados em outras regiões do mundo com esta doença: padrões de sazonalidade, manejo e condições climáticas associadas, fatores dietéticos, entre outros. “Os resultados inéditos nos permitem que estabeleçamos estratégias específicas para diminuir o impacto econômico da doença.”, acrescenta Cántón. “Como a hipomagnesemia é uma das causas mais comuns de morte de bovinos adultos na região, e a doença ainda não foi totalmente caracterizada, decidimos analisar as informações disponíveis em nossa base de dados”, conclui o pesquisador.
Referências
ALLCROFT, R. and BURNS, K.N. Hypomagnesaemia in cattle. New Zealand Veterinary Journal [online]. 2011, vol. 16, pp. 109-128 [viewed 30 November 2022]. https://doi.org/10.1080/00480169.1968.33757. Available from: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00480169.1968.33757
CSEH, S. and CRENOVICH, H. Hipomagnesemia en el sudeste de la provincia de Buenos Aires, Argentina. Archivos de Medicina Veterinaria [online]. 1996, vol.28, pp. 111-116 [viewed 30 November 2022]. Available from: https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=CL9700297
Para ler o artigo, acesse
CANTÓN, G.J., et al. Hipomagnesemia em bovinos de corte da região central da Argentina: estudo retrospectivo. Cienc. Rural [online]. 2022, vol. 52, no. 4, e20210285 [viewed 30 November 2022]. https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20210285. Available from: https://www.scielo.br/j/cr/a/kk8f9RpjvwBmpdSCTLzrGMN/abstract/?lang=pt
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