Rosa Emilia Moraes, jornalista de ciência em Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil.
Estudos experimentais são importantes ferramentas para o aperfeiçoamento de técnicas operatórias. Os ratos da linhagem Wistar (Rattus norvegicus) são amplamente utilizados como modelos, por terem grande biocompatibilidade genética e tecidual com humanos. Porém, pelo seu pequeno porte, alguns procedimentos adquirem um alto grau de dificuldade ao serem realizados sob uma escala tão reduzida, tornando a situação desafiadora.
Em cirurgias abdominais, o uso de telas de polipropileno para corrigir a hérnia incisional já é rotineiro em humanos, ainda que não haja consenso sobre quais as melhores técnicas ou sobre o posicionamento mais adequado das telas para consolidar um protocolo eficaz para cada tipo de procedimento, considerando as vantagens e desvantagens de cada um.
Diante da ausência de estudos que descrevem a aplicação da técnica sublay para correção de hérnia incisional em ratos Wistar, pesquisadores da Universidade do Estado do Pará (UEPA) elaboraram o trabalho Incisional hernia repair in rats: description of the sublay technique under videomagnification system publicado pela Acta Cirúrgica Brasileira (v. 37, n. 8), com o objetivo de desenvolver um método padrão que contribua para o aprofundamento do conhecimento científico, possibilitando o foco em experimentos comparativos já que os ratos dessa linhagem são modelos ideais para as pesquisas sobre o tratamento de hérnias, proporcionando resultados mais confiáveis.
Figura 1. Manual placement of the 3.5 × 2.5 cm polypropylenemesh directly under the rectus abdominis muscle.
A boa visualização do procedimento é de suma importância para que não haja erros durante a cirurgia que possam levar a uma interpretação equivocada dos resultados. Assim, foi utilizado um sistema de videomagnificação empregando câmeras e monitores com o auxílio de luzes fluorescentes, que foi capaz de ampliar 50x o tamanho original da imagem de forma satisfatória e ainda com um custo menor do que o dos tradicionais microscópios de laboratório.
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Cirurgia Experimental da UEPA e o artigo engloba cada etapa do trabalho, apresentando a relação de materiais e equipamentos utilizados, descrevendo as ações de indução da hérnia incisional e a sua imediata correção através do modo sublay nos moldes do procedimento em humanos descrito por Miranda et al. (2013), os procedimentos pós-operatórios e o período de avaliação, estabelecido em 28 dias. O estudo aponta ausência de recidiva da hérnia incisional ou complicações, comprovando o sucesso da técnica praticada.
Referências
MIRANDA, J.S., BIROLINI, C.A.V. and UTIYAMA, E.M. Hérnia incisional: Novas opções para velhos problemas. Abordagens abertas: Onlay, inlay, sublay e retromuscular. In: AQUINO, J.L.B, ANDREOLLO, N.A., MARTINEZ, C.A.R. (eds.) Atualidades em clínica cirúrgica intergastro e trauma. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 2013.
Para ler o artigo, acesse
TRAMONTIN, D.F., et al. Incisional hernia repair in rats: description of the sublay technique under videomagnification system. Acta Bras Cir [online]. 2022, vol. 37, no. 8, e370802 [viewed 6 December 2022]. https://doi.org/10.1590/acb370802. Available from: https://www.scielo.br/j/acb/a/VCcPzdHQbLmRTdyDphtJH8F/
Links externos
Acta Cirúrgica Brasileira – ACB: https://www.scielo.br/j/acb/
Acta Cirúrgica Brasileira – Redes Sociais: Facebook | Twitter | Instagram | LinkedIn
Universidade do Estado do Pará (UEPA): https://www.uepa.br/
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários