Prática de mindfulness pode amenizar sintomas da insuficiência cardíaca

Renan Alves Pereira, jornalista e assessor de imprensa, Vital Agência de Comunicação, Assessoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil.

A prática de mindfulness, traduzido como atenção plena em português, pode melhorar a qualidade de vida de pacientes que têm insuficiência cardíaca, indica pesquisa publicada no International Journal of Cardiovascular Sciences, periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O estudo fez uma busca extensa em bancos de dados especializados, a saber, PubMed (MEDLINE), Cumulative Index of Nursing and Allied Health (CINAHL), LILACS, Cochrane Library e Scopus, entre outubro e novembro de 2019 (SBC).

De 108 trabalhos encontrados, três foram selecionados para analisar e embasar a hipótese. Esses estudos foram feitos com pessoas maiores de 18 anos no Brasil, nos Estados Unidos e nos Países Baixos, em um recorte temporal que compreende o período de 2005 a 2015.

A pesquisa apresentada no artigo Effectiveness of Mindfulness Meditation Programs in the Promotion of Quality of Life in Patients with Heart Failure: A Systematic Review verificou que programas baseados nas técnicas de mindfulness promoveram melhorias na qualidade de vida em dois dos estudos analisados em relação a programas de controle — a qualidade de vida de pessoas com insuficiência cardíaca está relacionada a prognóstico, hospitalização e mortalidade. Mindfulness é uma prática que busca trazer a mente para o presente, por meio da atenção plena à respiração, ao corpo e ao entorno.

Imagem: Pexels.

Ferramentas não medicinais podem ser interessantes para os pacientes, uma vez que os ganhos ocorrem na esfera do bem-estar. Às vezes, o tratamento médico por si só, mesmo que excelente, não consegue fazer com que uma pessoa com insuficiência cardíaca se livre por completo de seus sintomas. Dados de um estudo realizado no Brasil mostram que cuidados externos à esfera medicinal podem ser tão efetivos quanto o tratamento médico, em se comparando os efeitos de mindfulness e enalapril, medicamento recomendado para casos de insuficiência cardíaca.

Mesmo com resultados promissores em relação à meditação da atenção plena, não há nada muito conclusivo no que diz respeito a esse assunto, uma vez que os poucos dados apresentados no artigo não podem responder pela totalidade da população que apresenta quadros de insuficiência cardíaca — cerca de 26 milhões de pessoas no mundo todo. Entretanto, esse estudo tem uma função importante de chamar a atenção de outros pesquisadores para o tema, visto que terapias complementares têm ganhado cada vez mais espaço na área da saúde e na sociedade como um todo.

Para que se possam fazer afirmações mais categóricas sobre os benefícios que a prática de mindfulness pode gerar em pacientes com insuficiência cardíaca, mais pesquisas precisam ser feitas para que a intervenção complementar da meditação siga protocolos efetivos que funcionem para a população que passa por tratamento de coração.

Para ler o artigo, acesse

CAVALCANTE, V.N., et al. Effectiveness of Mindfulness Meditation Programs in the Promotion of Quality of Life in Patients with Heart Failure: A Systematic Review. Int. J. Cardiovasc. Sci. [online]. 2021, vol. 35, no. 1, pp. 107-112 [viewed 16 March 2023]. https://doi.org/10.36660/ijcs.20200135. Available from: https://www.scielo.br/j/ijcs/a/dFBF4S7BBckdk9jmb3KyLMd/

Links externos

International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS: https://www.scielo.br/j/ijcs/

International Journal of Cardiovascular Sciences: https://ijcscardiol.org/

Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.portal.cardiol.br/