Repercussões da pandemia de Covid-19 na mortalidade infantil por infecções respiratórias

Lúcia Rolim Santana de Freitas, editora para métodos estatísticos da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil.

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Infecções respiratórias agudas (IRAs) constituem uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos em países em desenvolvimento. Essa condição resulta em absenteísmo escolar, aumento das consultas médicas no primeiro ano de vida e piora na qualidade de vida. Estima-se que, em 2020, 4,2 milhões de crianças menores de 5 anos morreram de IRAs, o que representa 13% de todas as mortes entre crianças dessa idade. No Brasil, as IRAs são a principal causa de internação hospitalar em crianças nessa faixa etária. 

O artigo publicado no periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS, vol. 32, n. 3), intitulado Tendência temporal da mortalidade por doenças respiratórias infecciosas na infância, em Minas Gerais, 2000-2020, teve como objetivo analisar as tendências temporais de mortalidade por doença respiratória infecciosa em crianças com até 12 anos incompletos, em Minas Gerais, Brasil, de 2000 a 2020. 

Menino deitado em um sofá cinza com um cobertor, segurando um ursinho de pelúcia amarelo, enquanto assoa o nariz com um lenço de papel.

Imagem: Unsplash.

Os resultados do estudo demonstraram uma tendência histórica de redução na frequência de óbitos por doenças respiratórias infecciosas em crianças, mesmo em 2020, ano da pandemia de Covid-19. Os óbitos desse grupo foram analisados a partir de registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os autores consideraram variáveis como o agente etiológico, o sítio anatômico da infecção e o sexo. As tendências foram analisadas por meio da regressão joinpoint

Durante o estudo, foram registrados 4.688 óbitos. Os autores destacaram que a maioria das mortes por infecções respiratórias ocorreu devido a infecções de vias aéreas inferiores. A tendência de mortalidade proporcional por essas infecções diminuiu em 2020, enquanto houve um aumento nas infecções sistêmicas. A mortalidade por doenças respiratórias afetou ambos os sexos, com uma ligeira predominância no sexo masculino.

Este estudo destacou a importância das políticas públicas voltadas para a saúde materno-infantil e o papel crucial da Atenção Primária à Saúde na prevenção e tratamento oportuno das doenças respiratórias em crianças. Além disso, ressaltou a necessidade de aprimoramento dos registros do SIM para uma melhor compreensão da mortalidade na infância no Brasil.

Para ler o artigo, acesse

MOURA, D.N.A.E, et al. Tendência temporal da mortalidade por doenças respiratórias infecciosas na infância, em Minas Gerais, 2000-2020. Epidemiol e Serviços Saúde [online]. 2023, vol. 32, no. 3, e2022796 [viewed 10 January 2024]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222023000300006.PT. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/Kyj93cdNXxVX6mCCJxS3Zyk/ 

Referências

World Health Organization. Global report on infection prevention and control [online]. Geneva: WHO, 2022 [viewed 10 January 2024]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240051164 

Links externos

Epidemiologia e Serviços de Saúde – RESS: https://www.scielo.br/ress

Epidemiologia e Serviços de Saúde – Site: http://ress.iec.gov.br/

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

FREITAS, L.R.S. Repercussões da pandemia de Covid-19 na mortalidade infantil por infecções respiratórias [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2024 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2024/01/10/repercussoes-da-pandemia-de-covid-19-na-mortalidade-infantil-por-infeccoes-respiratorias/

 

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