Lucia Maria Almeida Braz, Pesquisadora, Departamento de Medicina Preventiva FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.
Pesquisadores do Departamento de Medicina da Universidade de Tiradentes (Aracaju, Sergipe, Brasil) avaliaram as condições cardiorrespiratórias de pacientes internados em um hospital privado que é referência em cardiologia na região, algum tempo após terem tido COVID-19. O artigo Cardiorespiratory optimal point in post-COVID 19 patients: a cross-sectional study foi publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical (vol. 66, 2024) e trata desse tema.
No estudo, 80 pacientes com histórico de COVID-19 foram recrutados, realizaram eletrocardiograma, teste de função pulmonar convencional e teste de exercício cardiopulmonar. Os índices obtidos no teste de função pulmonar e no teste de exercício cardiopulmonar foram utilizados para o cálculo do ponto cardiorrespiratório ótimo.
Foram encontradas diferenças no ponto respiratório ótimo entre pacientes com COVID-19 leve e grave (p=0,042), estando os valores do ponto respiratório ótimo acima de 22 naqueles com COVID-19 moderada e grave. Outros parâmetros, incluindo taxa de troca respiratória, frequência cardíaca e inclinação da eficiência do consumo de oxigênio, não foram diferentes entre os grupos.
Os autores concluíram que pacientes com histórico de COVID-19 grave apresentaram valores do ponto cardiorrespiratório ótimo alterados (> 22), sugerindo possíveis modificações nos mecanismos de integração dos sistemas cardiovascular e respiratório. Os resultados enfatizam a importância da monitoração do sistema cardiorrespiratório no período pós-COVID-19, sobretudo em pacientes que tiveram COVID-19 grave. No entanto, outras pesquisas são necessárias para compreender melhor a relação entre o ponto cardiorrespiratório ótimo elevado no período pós-COVID-19 grave e consequências a longo prazo.
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