Shaulla Figueira, assessora de imprensa, LGA Comunicação, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
O estudo Colesterol Não Controlado em Indivíduos com Hipercolesterolemia Grave Acompanhados em um Programa de Avaliação da Saúde no Brasil (publicado nos Arq. Bras. Cardiol., vol. 121, no. 11, 2024) investigou a eficácia do controle do LDL-C em indivíduos com híperlipidemia (HG) durante avaliações de saúde rotineiras, visando conseguir metas recomendadas (redução ≥50% e/ou LDL-C <70 mg/dL). A pesquisa envolveu dados de adultos atendidos em um ambulatório em São Paulo, Brasil, entre 2004 e 2019. Participantes foram avaliados quanto a fatores de risco cardiovascular e perfis lipídicos, focando na eficácia de intervenções.
Foram analisados níveis de LDL-C em 55.000 pacientes, classificados em grupos baseados em valores de LDL-C durante o acompanhamento. Dos 2214 com hipertensão, 86,4% tinham LDL-C ≥ 190 mg/dL. Somente 19% usavam medicamentos hipolipemiantes; apenas 0,5% desenvolveram eventos cardiovasculares. A normalidade dos dados foi testada, e análises estatísticas variadas foram aplicadas. Resultados foram analisados utilizando o software R, com um p-valor < 0,05 considerado significativo.
O estudo relata um significativo hiato no controle do LDL-C em indivíduos com hiperlipidemia (HG) e alto risco para doenças cardiovasculares. Ao longo de 4,1 anos de seguimento, 80% persistiram com altos níveis de LDL-C, com apenas 19,2% atingindo a redução de 50%. Além disso, 55% dos pacientes com LDL-C ≥ 190 mg/dL não usaram hipolipemiantes, apesar das recomendações de tratamento.
Valores de LDL-C abaixo de 70mg/dL requerem altas doses de estatinas e, possivelmente, terapias combinadas, considerando dislipidemias genéticas. Estudos mostram que um histórico genético associado a níveis altos de LDL-C aumenta o risco de DCVA.
Estudos recentes indicam que indivíduos em alto risco na Europa e Brasil mantêm colesterol LDL inadequado. Apesar de muitos terem diagnóstico de dislipidemia, poucos usam medicamentos. Fatores como idade avançada e frequência de consultas influenciam a adesão ao tratamento, destacando a necessidade de melhor compreensão da percepção de risco.
No estudo, 91,2% dos pacientes em alto risco para DCVA não perceberam adequadamente seu risco. A detecção de fatores de risco não reduziu o risco de DCVA. A adesão a medicamentos hipolipemiantes foi baixa. As limitações incluem a não representatividade da amostra e a falta de dados sobre eventos adversos relacionados às estatinas.
O programa de Avaliação identificou um grave hiato no controle do LDL-C em indivíduos com hiperlipidemia. A idade jovem, poucas consultas e baixa percepção de risco podem explicar os resultados. Sugere-se intervenções como mais consultas e telemedicina. O estudo foi aprovado eticamente e financiado por Amgen Brasil e CNPq.
Para ler o artigo, acesse
SANTOS, D.R., et al. Colesterol Não Controlado em Indivíduos com Hipercolesterolemia Grave Acompanhados em um Programa de Avaliação da Saúde no Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia [online]. 2024, vol. 121, no. 11, e20240116 [viewed 17 February 2025]. https://doi.org/10.36660/abc.20240116. Available from: https://www.scielo.br/j/abc/a/kXYF6Sf9SJxfvJSXhzp5HNP
Links externos
Arquivos Brasileiros de Cardiologia – SciELO
Arquivos Brasileiros de Cardiologia: Site | Facebook | Twitter
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários