Por Magali Ferrari Grando, Professora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil
O artigo “Transformação genética da variedade brasileira de milho BR 451 pelo método da Agrobacterium tumefaciens”, publicado no periódico Ciência Rural, vol. 47, no. 11, 2017, contém uma descrição detalhada do processo de melhoramento genético vegetal.
Os pesquisadores envolvidos no estudo tinham como objetivo estabelecer um protocolo de transformação genética da variedade de milho BR 451 desenvolvida pela Empraba Milho e Sorgo via Agrobacterium tumefaciens. Eles tinham o interesse de estudar a capacidade de regeneração de plantas in vitro e, para isso, desenvolveram experimentos com calos embriogênicos cultivados em três meios de regeneração contendo diferentes reguladores de crescimento. Nestes experimentos, os pesquisadores aplicaram três tratamentos de infecção com a agrobactéria nas variedades BR 451 e numa espécie híbrida, que serviu como controle do experimento: infecção a 25°C, infecção a 40°C e pré-tratamento de 40°C por cinco segundos seguido por infecção em 25°C. Eles avaliaram a expressão do gene uidA e a formação de calos resistentes ao herbicida Bialaphos®. Os pesquisadores utilizaram como referência as pesquisas de Frame, et al. (2010), Ishida, et al. (2009) e Ombori, et al. (2013) sobre transformação genética do milho.
Segundo mostram os resultados, a infecção de embriões a 40°C aumentou a transformação genética em Hi-II, mas não em BR 451. Além disso, a adição de reguladores de crescimento no meio de regeneração não incrementou o número de plantas regeneradas.
Segundo a pesquisadora Magali Grando, os resultados da pesquisa fornecem subsídios para se avançar no melhoramento genético vegetal no milho. “Nosso objetivo é usar essa tecnologia para a produção de milho transgênico resistente a insetos pela introdução de genes alternativos ao gene bt, que é o mais popularmente empregado para este fim”, complementa a pesquisadora.
As técnicas da engenharia genética específicas para o milho ainda são pouco desenvolvidas pelos grupos de pesquisa e instituições brasileiras. Como grupos que desenvolvem trabalho similar, Magali cita a Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, Minas Gerais, e a Universidade de Campinas, em Campinas, São Paulo. Ainda assim, essa pesquisa se diferencia de outros estudos ao testar o melhoramento genético em uma variedade de milho que ainda não havia sido transformada geneticamente.
Referências
FRAME, B. R., et al. Improved Agrobacterium-mediated transformation of three maize inbred lines using MS salts. Plant Cell Reports, Genetic Transformation and Hybridization [online]. 2006, vol. 25, no. 10, pp. 1024-1034, ISSN: 0721-7714 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1007/s00299-006-0145-2. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16710703
ISHIDA, Y., et al. Agrobacterium mediated transformation of maize. Nature Protocols [online]. 2007, vol. 2, no. 7, pp. 1614-1621, ISSN: 1750-2799 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1038/nprot.2007.24. Available from: https://www.nature.com/articles/nprot.2007.241
OMBORI, O., et al. Agrobacterium mediated genetic transformation of selected tropical inbred and hybrid maize (Zea mays L.) lines. Plant Cell Tissue Organ Culture [online]. 2013, vol. 113, pp. 11-23, ISSN: 1573-5044 DOI: 10.1007/s11240-012-0247-1. [viewed 20 November 2017]. Available from: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11240-012-0247-1#/page-1
Para ler o artigo, acesse
SILVA, M. R., et al. Transformação genética da variedade brasileira de milho BR 451 pelo método da Agrobacterium tumefaciens. Cienc. Rural [online]. 2017, vol. 47, no. 11, e20141247, ISSN: 1678-4596 [viewed 20 November 2017]. DOI: 10.1590/0103-8478cr20141247. Available from: http://ref.scielo.org/q4fpk7
Link externo
Ciência Rural – CR: <http://www.scielo.br/cr>
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