Por Alessandra Bernadete Trovó de Marqui, Professora associada da Disciplina de Genética – Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
Estudo intitulado “Conhecimento das puérperas sobre o teste do pezinho”, publicado na Revista Paulista de Pediatria mostrou conhecimento superficial das mães sobre o assunto. Essa pesquisa foi conduzida no município de Uberaba, estado de Minas Gerais, que se encontra na fase IV do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Por meio do Teste do Pezinho, são identificadas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência da biotinidase. Nesse exame são colhidas algumas gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, sendo o período ideal para a coleta entre o terceiro e o sétimo dia de vida do neonato. O Teste do Pezinho representa uma ação de pediatria preventiva e a maior iniciativa do Sistema Único de Saúde (SUS) na área de genética (LEÃO; AGUIAR, 2008). Nesse sentido, o objetivo foi avaliar o que as mães sabem sobre o Teste do Pezinho, uma vez que somente um entendimento correto e em tempo hábil fará com que elas levem seus filhos para a coleta do teste no período adequado, evitando sequelas posteriores, em especial a deficiência intelectual.
Trata-se de um estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa, com 75 puérperas maiores de 18 anos com filhos de até 40 dias de vida. Para a coleta de dados, foi elaborado um formulário pelas próprias pesquisadoras, com questões fechadas (algumas dicotômicas —sim ou não e outras de múltipla escolha), aplicado e preenchido pela mesma pessoa.
O estudo demonstrou que o conhecimento das puérperas sobre o Teste do Pezinho é superficial e pode ser reflexo da fragilidade de atuação da equipe de saúde. “O mais relevante foi o fato de que algumas mães, após responderem ao formulário, questionavam a pesquisadora sobre o assunto, mostrando que realmente não tinham conhecimento suficiente sobre o tema abordado e o acharam extremamente importante”, afirma a Profa. Dra. Alessandra Trovó de Marqui, coordenadora da pesquisa.
Segundo a Dra. Alessandra, o estudo merece ser divulgado para a sociedade, uma vez que seu objetivo é contribuir de forma positiva para a saúde do recém-nascido por meio da conscientização das mães sobre a importância, a finalidade, as doenças triadas e o tempo hábil para a realização do Teste do Pezinho. “Através dessa pesquisa podem ser desenvolvidas iniciativas que contribuam para aumentar o conhecimento das mães acerca da saúde de seu filho”, destacou a pesquisadora. Os resultados do estudo podem estimular a elaboração de materiais educativos e/ou novos trabalhos que contribuam para o conhecimento das puérperas sobre o tema. “Também possibilita uma maior divulgação para implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde infantil”, finalizou a Dra. Alessandra Trovó de Marqui.
Referências
ARDUINI, G. A. O., et al. Conhecimento das puérperas sobre o teste do pezinho. Rev. paul. pediatr. [online]. 2017 [viewed 27 June 2017]. DOI: 10.1590/1984-0462/;2017;35;2;00010. Available from: http://ref.scielo.org/ydbd5p
LEAO, L. L. and AGUIAR, M. J. B. Triagem neonatal: o que os pediatras deveriam saber. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2008, vol. 84, no. 4, supl. pp. S80-S90 [viewed 27 June 2017]. DOI: 10.1590/S0021-75572008000500012. Available from: http://ref.scielo.org/scq8q8
Link externo
Revista Paulista de Pediatria – RPP: <http://www.scielo.br/ape>
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