Metade dos idosos hipertensos que fazem tratamento não apresenta controle de pressão arterial

Por Vanessa Brauer, Assessora de Imprensa, Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil

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Apenas 50,8% dos idosos que moram na zona urbana de Goiânia e que fazem tratamento para hipertensão apresentam controle pressórico, este é um dos resultados do estudo “Prevalência, tratamento e controle da hipertensão arterial em idosos de uma capital brasileira”, publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (vol. 112, no. 3). No levantamento, realizado pela Universidade Federal de Goiás, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, foram analisados 912 idosos, dos quais 683 (74,9%) eram hipertensos. Desses, 72,6% faziam tratamento para hipertensão arterial (HA).

Uma das autoras, Ana Luiza Lima Sousa, explica que no Brasil são escassos os estudos de base populacional que identificam taxas de diagnóstico, tratamento e controle da hipertensão arterial especificamente na população idosa.

Do total de hipertensos (683), 431 idosos foram identificados com pressão arterial (PA) maior ou igual a 140 e/ou 90 mmHg e 252 idosos com valores pressóricos dentro da normalidade, devido ao uso de medicamentos anti-hipertensivos. Houve diferença da prevalência entre os sexos, sendo 39,8% nos homens e 60,2% em mulheres. “Dos 431 identificados com valores pressóricos alterados, 187 (43,4%) desconheciam o provável diagnóstico da HA e não tratavam”, destaca Ana Luiza.

Já dos 683 considerados hipertensos, 496 (72,6%) faziam uso regular de medicamentos anti-hipertensivos, sendo que os homens apresentavam taxas inferiores (67,6%) a das mulheres (75,9%). Entre aqueles que tratavam, 252 (50,8%) apresentavam controle da PA (PAS/PAD < 140/90 mmHg), sendo que as taxas de controle foram maiores entre aqueles na faixa etária de 60 a 70 anos. “Entre os alcoolistas, as taxas de controle foram menores”, acrescenta a autora.

Imagem: SOUSA, A.L.L., et al., 2019.

Figura 1. Fluxograma da amostra avaliada identificando participantes normotensos e hipertensos; aqueles em tratamento e sem tratamento para hipertensão e com e sem controle pressórico. Goiânia, Goiás, 2010.

O estudo lembra que, apesar dos esforços dos profissionais de saúde em todos os níveis, as taxas mundiais de controle pressórico são apenas razoáveis. O Canadá apresenta taxa de 64,6%, Suíça de 59,4%, Estados Unidos de 57% e Inglaterra de 37%. No Brasil estas taxas variam entre 22,5% na região Norte e 24,2% na região Centro Oeste (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014). Ignorar a PA elevada é um risco à saúde cardiovascular e renal, pois aumentam as chances de complicações com risco de vida e, quanto maior a PA, maior o risco de consequências para o coração e vasos sanguíneos nos principais órgãos, tais como o cérebro e os rins, independente da faixa etária.

Referência

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on noncommunicable diseases. Géneve: World Health Organization, 2014. Available from: https://www.who.int/nmh/publications/ncd-status-report-2014/en/

Para ler o artigo, acesse

SOUSA, A.L.L., et al. Prevalência, tratamento e controle da hipertensão arterial em idosos de uma capital brasileira. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2019, vol. 112, no. 3, pp. 271-278, ISSN: 0066-782X [viewed 2 May 2019]. DOI: 10.5935/abc.20180274. Available from: http://ref.scielo.org/fkvbmt

Link externo

Arquivos Brasileiros de Cardiologia – ABC: <www.scielo.br/abc>

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

BRAUER, V. Metade dos idosos hipertensos que fazem tratamento não apresenta controle de pressão arterial [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2019 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2019/05/02/metade-dos-idosos-hipertensos-que-fazem-tratamento-nao-apresenta-controle-de-pressao-arterial/

 

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