Romã pode ser utilizada como conservante natural

Por Maria Luiza De Grandi, Jornalista do periódico Ciência Rural, Santa Maria, RS, Brasil e Gilberto Rogério Zago, Técnico em alimentos e laticínios, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Sertão, RS, Brasil

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Amplamente consumida no oriente e de importância milenar para a história da humanidade, a romã (Punica granatum L.), fruto da romãzeira, contém uma alta concentração de compostos antioxidantes e fenólicos (estruturas químicas que podem exercer efeitos preventivos ou curativos em distúrbios fisiológicos no ser humano). De acordo com Jiang e Xiong (2016), os antioxidantes naturais são uma opção viável e interessante para aumentar o prazo de validade das carnes e seus derivados. Utilizando a romã como um antioxidante natural, pesquisadores da Universidade de Passo Fundo (UPF) e Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) apresentaram O artigo “Estabilidade oxidativa de linguiça tipo Toscana com extrato liofilizado da casca de romã (Punica granatum L.).”, publicado no periódico Ciência Rural (vol. 50, no. 4).

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram preparados extratos da casca de romã, com os frutos lavados em água potável e imersos em hipoclorito de sódio (2,5%) por 15 minutos, pesando elas inteiras e classificando em casca, polpa e sementes para produção estimativa. As cascas foram moídas em uma usina de ciclone e o pó resultante foi armazenado em um recipiente até a análise. O pó da casca de Romã foi utilizado em diferentes concentrações, como antioxidante natural, para aumentar a estabilidade lipídica, ou seja, o percentual de gordura, de linguiça do tipo Toscana.

A pesquisa mostrou resultados que demonstram que ao receber a adição de 0,05% e 0,1% do pó extrato (liofizado) da casca de romã, as linguiças mantiveram sua estabilidade lipídica. De acordo com o pesquisador Gilberto Zago, economicamente, se produzidas em escala industrial, o extrato de casca de romã ainda é inviável devido ao seu custo elevado e baixo rendimento. “A pesquisa demonstra que há produtos naturais que podem ser utilizados com características e propriedades antioxidantes equiparadas aos produtos sintéticos comercialmente utilizados pela indústria cárnea”, acrescenta Gilberto. Os extratos de casca de romã são, portanto, uma alternativa natural promissora para manter a estabilidade lipídica das linguiças toscanas, promovendo a proteção e podendo trazer benefícios da romã à saúde humana.

Referência

JIANG, J. and XIONG, Y.L. Natural antioxidants as food and feed additives to promote health benefits and quality of meat products: A review. Meat Science [online]. 2016, vol. 120, pp. 107-117, ISSN: 0309-1740 [viewed 17 June 2020]. DOI: 10.1016/j.meatsci.2016.04.005. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0309174016300973

Para ler o artigo, acesse

ZAGO, G.R., et al. Estabilidade oxidativa de linguiça tipo Toscana com extrato liofilizado da casca de romã (Punica granatum L.). Cienc. Rural [online]. 2020, vol. 50, no. 4, e20190689, ISSN: 1678-4596 [viewed 17 June 2020]. DOI: 10.1590/0103-8478cr20190689. Available from: http://ref.scielo.org/btqy82

Links externos

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

DE GRANDI, M.L. and ZAGO, G.R. Romã pode ser utilizada como conservante natural [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2020 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2020/06/17/roma-pode-ser-utilizada-como-conservante-natural/

 

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