Elisangela Aparecida Silva Lizzi, Editora Associada da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS), docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Cornélio Procópio, Cornélio Procópio, PR, Brasil.
Danúbia Hilleishem, Docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.
O artigo Série histórica da taxa de incidência de tuberculose em Santa Catarina: análise de uma década, 2010-2019, publicado por Pereira e colaboradores no vol. 31, no. 2, 2022, da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS), analisou o perfil dos casos de tuberculose (TB) notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no estado de Santa Catarina, e sua distribuição temporal estratificada por sexo em um período de dez anos (2010 a 2019).
A tuberculose é transmissível pelo ar e, ao apresentar sintomas, o indivíduo deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), do Sistema Único de Saúde (SUS), para a confirmação do diagnóstico e o início do tratamento.
É importante reforçar que o diagnóstico, tratamento e acompanhamento são realizados pelo SUS em todo o território nacional. A estratégia de tratamento, na maioria das vezes, é o Tratamento Diretamente Observado (TDO), considerado eficiente na redução do abandono ao tratamento, pois o profissional de saúde acompanha a ingestão dos medicamentos.
A análise do perfil epidemiológico dos casos de TB notificados em Santa Catarina evidenciou que houve predomínio da forma pulmonar no sexo masculino, na faixa etária produtiva (20 a 49 anos) e em pessoas com baixo nível de escolaridade.
Também foi observada uma maior ocorrência na região da Grande Florianópolis, seguida pelas regiões que incluem os municípios litorâneos ou próximos do litoral. Além disso, houve uma tendência de redução dos casos de TB no estado em ambos os sexos, porém a tendência de queda não foi homogênea nos subgrupos analisados (sexo e faixa etária).
O estudo mostrou que, apesar do declínio do número de casos em Santa Catarina, ainda há necessidade de fortalecimento das ações para o enfrentamento da doença em populações vulneráveis e de aprimoramento das políticas públicas, com foco nos determinantes sociais da doença.
Os dados do estudo confirmam a importância das informações relativas ao perfil e à tendência temporal dos casos para subsidiar ações de vigilância em saúde, controle e monitoramento da infecção. Além disso, destaca-se a importância da melhoria crescente dos registros de dados no sistema de notificação, pois a gestão necessita de informações consolidadas para dispor de aporte técnico na tomada de decisões.
Referências
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PEREIRA, A., et al. Série histórica da taxa de incidência de tuberculose em Santa Catarina: análise de uma década, 2010-2019. Epidemiol. Serv. Saúde [online]. 2022, vol. 31, no. 3, e20211067 [viewed 22 March 2023]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222022000300002. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/bPXwgZvJXHFhxjRYJNHyH6C/
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