Crescimento de algas em rios que formam o Pantanal

Ronaldo Angelini, Editor da Acta Limnologica Brasiliensia e Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil.

Geralmente, o crescimento desenfreado de algas em rios e lagos está associado a poluição orgânica (esgoto doméstico, atividades rurais), que leva a deterioração dos corpos d’água, comprometendo a qualidade da água para os mais diversos usos humanos, e também para muitos organismos, como, por exemplo, peixes, répteis e mamíferos aquáticos.

Entretanto, pesquisadores do Pantanal brasileiro trazem uma boa notícia: a quantidade de nutrientes, geralmente associados a poluição e outros impactos ambientais, em importantes rios que formam o Pantanal (Miranda e Aquidauna) é baixa, e faz com o crescimento de algas nestes rios também seja limitado.

Imagem: Luis Felipe Mendes.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores coletaram amostras de água em oito localidades ao longo dos dois rios, incluindo alguns tributários. Eles mediram o tempo em que a água do local de amostragem se renova, e mostraram que em locais com maiores fluxos de água, isto é, com reduzidos tempo de “viagem” da água, a quantidade de algas é também pequena.

Outro fator que também reduz o crescimento algal é a falta de luminosidade embaixo da água. Ou seja, num rio com muitos sólidos totais dissolvidos entra pouca luz e a fotossíntese das algas não acontece, reduzindo sua abundância. Na estação chuvosa, o carreamento de solo da bacia hidrográfica para as águas do rio reduz ainda mais a produção de algas.

Imagem: Luis Felipe Mendes.

Os pesquisadores alertam para o fato que uma baixa produção algal pode refletir em toda a teia alimentar. Poucas algas resultam em poucos invertebrados e, então, em poucos peixes, reduzindo as pescarias artesanal e esportiva, o que reflete economicamente nas populações locais. Desta forma, o melhor manejo dos solos das bacias hidrográficas, poderia reduzir a entrada de solo e nutrientes e aumentar a produção biológica aquática.

Para ler o artigo, acesse

ROCHE, K.F., FERREIRA, M.G.A. and CALHEIROS, D.F. Influence of nutrient levels, travel time and light availability on phytoplankton chlorophyll-a concentrations in a neotropical river basin. Acta Limnologica Brasiliensia [online]. 2022, vol. 34, e18 [viewed 21 August 2023]. DOI: https://doi.org/10.1590/S2179-975X0522. Available from: https://www.scielo.br/j/alb/a/ynFymYZPJhbCKDh5B38trvJ/?lang=en#ModalHowcite

Semana Especial Acta Limnologica Brasiliensia (ALB) 2023

• Crescimento de algas em rios que formam o Pantanal
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• E o Oscar da Restauração no Brasil vai para: o Lago Batata
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• Um estranho fazendo seus próprios ninhos
• Um pedaço de plástico incomoda muita gente, milhões de pedacinhos incomodam muito mais…

Links Externos

Acta Limnologica Brasiliensia – ALB: https://www.scielo.br/j/alb/

Site oficial da Acta Limnologica Brasiliensia: https://www.actalb.org/

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ANGELINI, R. “Por um mundo mais verde” é também desejável em ambientes aquáticos? [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2022 [viewed 21 August 2023]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2022/03/11/por-um-mundo-mais-verde-e-tambem-desejavel-em-ambientes-aquaticos/

COSTA, A.P.T., et al. Eutrophication changes community composition and drives nestedness of benthic diatoms from coastal streams. Acta Limnologica Brasiliensia [online]. 2022, vol. 34, e14 [viewed 21 August 2023]. DOI: https://doi.org/10.1590/S2179-975X0122. Available from: https://www.scielo.br/j/alb/a/hSmxgvqnnC4xvHRydRSjLHJ/#ModalHowcite

Entrevista com o Prof. Chico Esteves: https://youtu.be/uAE4tVwTPUQ