Zara Costa, sócia e jornalista, LGA Comunicação, Assessoria de imprensa da Sociedade, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Shaulla Figueira, assessora de imprensa e jornalista, LGA Comunicação, Assessoria de imprensa da Sociedade, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Medir o fluxo sanguíneo miocárdico (MBF) é primordial para interpretar fenômenos decorrentes da isquemia miocárdica e seus tratamentos. Atualmente, as medições de MBF são a ferramenta mais precisa para entender a fisiopatologia da circulação coronária. Porém, a complexidade e o custo das técnicas usadas até o momento limitaram seu uso. O artigo Current Role of Myocardial Blood Flow Quantification with PET/CT in the Management of Coronary Artery Disease, publicado recentemente no International Journal of Cardiovascular Science (IJCS), mostra que estudos preliminares com radiofármacos marcados com tecnécio e CZT SPECT abriram caminho para mudar esse cenário.
A isquemia é um fenômeno metabólico que não pode ser quantificado apenas pela dinâmica do fluxo sanguíneo. Na prática clínica diária, não existe uma ferramenta direta para verificar e medir a isquemia miocárdica. A aquisição dinâmica de tomografia por emissão de pósitrons computadorizada (PET/CT) com um traçador de perfusão continua sendo o padrão de referência para medições quantitativas de MBF. A cardiologia nuclear, usando sistemas híbridos de tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/CT), permite a medição precisa do MBF usando técnicas não invasivas. Raffaele Giubbini, um dos autores do artigo, apresenta algumas possibilidades e variáveis envolvidas para esta medição. O estudo esclarece, ainda, sobre o papel clínico do MBF, da reserva de fluxo miocárdico e da capacidade de fluxo coronariano.
Figura 1. Seleção da região de interesse da trilha de saída do ventrículo esquerdo (função de entrada) e das regiões miocárdicas de acordo com a distribuição dos territórios coronários.
Segundo Giubbini, da Universidade de Bréscia, a capacidade de obter medições quantitativas usando SPECT mais recente com tecnologia de telureto de cádmio-zinco e traçadores marcados com tecnécio pode oferecer a possibilidade de estender a medição do MBF à maioria das unidades de cardiologia nuclear num futuro próximo.
O artigo mostra ainda uma correlação de informações com estudos anteriores, indicando que os fenômenos metabólicos que levam ao dano isquêmico ocorrem quando a síndrome cardio-facio-cutânea (CFC) está gravemente comprometida. “A definição de isquemia como um simples defeito de perfusão detectável apenas por análise qualitativa (ou pior, como uma lesão anatômica das artérias coronárias) não é correta do ponto de vista fisiopatológico e pode ser um prenúncio de erros de tomada de decisão com indicações errôneas para revascularização mecânica”, relata o autor.
Mesmo com dados coletados, Giubbini conclui que ainda há necessidade de avaliação adicional em estudos multicêntricos com amostras maiores de pacientes em cenários clínicos específicos para validar métodos que podem abrir novas perspectivas clínicas econômicas no campo da doença cardíaca isquêmica.
Para ler o artigo, acesse
GIUBBINI, R. and MILAN, E. Current Role of Myocardial Blood Flow Quantification with PET/CT in the Management of Coronary Artery Disease. Int J Cardiovasc Sci [online]. 2024, vol. 37, e20240115 [viewed 27 September 2024]. https://doi.org/10.36660/ijcs.20240115. Available from: https://www.scielo.br/j/ijcs/a/bsQKJWR3gRtTWSrk9nXrS3M/
Links externos
International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS: https://www.scielo.br/j/ijcs/
International Journal of Cardiovascular Sciences: https://ijcscardiol.org/
Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.portal.cardiol.br/
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