Maria Luiza De Grandi, jornalista, Ciência Rural, Santa Maria, RS, Brasil
Caroline Turazi, Pesquisadora, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Brasília, DF, Brasil
A importância do maracujá (Passiflora L.) no agronegócio é crescente em todo o mundo. O maracujá é uma planta nativa do Brasil e geralmente comercializada para consumo in natura ou para indústria de polpa. O Brasil possui relevante produção bibliográfica e desenvolvimento tecnológico sobre o maracujá tanto para a comunidade acadêmica quanto para os produtores rurais.
Pesquisadores da Embrapa Cerrados em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) analisaram a rede de coautoria e cocitação da produção científica relacionada ao Maracujá, força de conexão entre as instituições e o mapa de co-ocorrência de palavras-chave entre 2001 e 2020. O artigo Análise das redes de colaboração em ações de pesquisa científica e tecnológica sobre maracujá foi publicado no periódico Ciência Rural (vol. 54, no. 1, 2024).
Para os estudos relacionados à cocitação e coautoria foi utilizada a base de dados da Web of Science (WoS). As redes de pesquisa sobre o maracujá foram mapeadas considerando as instituições de ensino e pesquisa, países, ano das publicações e temas de estudo. A evolução das redes de pesquisa, dos artigos publicados e das patentes depositadas foi analisada em quatro períodos entre 2001 e 2020.
Os dados de produção bibliográfica da Embrapa foram extraídos da Base de Dados de Pesquisa Agropecuária da Embrapa (BDPA) e a produção tecnológica da Embrapa foi extraída do sistema corporativo de gestão de ativos. O monitoramento tecnológico foi realizado na base de dados mantido pelo escritório europeu de patentes Espacenet.
Os resultados da pesquisa apontaram que as instituições brasileiras em posição de destaque na análise das redes de coautoria e que produziram o maior número de publicações envolvem Embrapa, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), que são as instituições que mais pesquisaram sobre maracujá no mundo.
Imagem: Caroline Turazi.
O estudo ainda demonstrou que houve aumento do número de pesquisas sobre o gênero Passiflora com base na produção de publicações técnicas e científicas nos últimos 20 anos; a cada cinco anos o número subiu mais de 50%. Os principais temas estudados foram adsorção, antioxidante, clarificação, evolução, flavonoide, floração, crescimento e embriogênese somática, e Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Índia e França são os países que mais atuaram em rede na temática do maracujá.
Segundo Caroline Turazi, houve também aumento do número de instituições de pesquisas compondo a rede temática do gênero Passiflora – nos últimos 20 anos; a cada cinco anos o número subiu mais de 50%. “Com base nas patentes mundialmente depositadas foi possível identificar que existem tanto lacunas quanto oportunidades de pesquisas, especialmente relacionadas a cosméticos, alimentos, bebidas e medicamentos,” aponta a pesquisadora.
De acordo com Caroline, a pesquisa aponta novos caminhos para a ciência relacionada às pesquisas sobre o maracujá. “Análises bibliométricas retratam os avanços do conhecimento e fornecem uma perspectiva das redes de pesquisa sendo consideradas ferramentas de avaliação nas diferentes áreas temáticas, além de servir de base aos interessados em conhecer as tendências, histórias, assuntos e distribuição geográfica de temas específicos. Os resultados subsidiam tomadas de decisão no direcionamento de novas pesquisas e caracterizam a organização de redes internacionais de colaboração,” conclui a pesquisadora.
Para ler o artigo, acesse
TURAZI, C.M.V., et al. Analysis of collaboration networks for scientific and technological research on passion Fruit. Cienc. Rural [online]. 2024, vol. 54, no. 1, e20220443 [viewed 21 January 2025]. https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20220443. Available from: https://www.scielo.br/j/cr/a/RBSxpG97tKb9RvVCPxJ7VSP/
Links externos
Ciência Rural – Redes sociais: Twitter | Facebook | Instagram
Posts relacionados:
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários