Pesquisa testa a frequência de eliminação de leptospiras na urina em vacas e ovelhas

Por Bruno Ribeiro Rocha, mestrando no Laboratório de Bacteriologia Veterinária, Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil

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Pesquisa intitulada “Demonstração molecular da intermitência eliminando Leptospira em vacas e ovelhas e suas implicações no controle”, publicada na Ciência Rural (v. 47, n. 8), teve como objetivo analisar a ocorrência de intermitência na eliminação de leptospiras por meio de PCR em animais natural e experimentalmente infectados Os pesquisadores seguiram as referências de estudos como os de Mughini-Gras, et al. (2014), Hamon, et al. (2014) e Inada, et al. (1916) sobre diagnóstico de leptospirose. A partir disso, eles realizaram dois experimentos: um com 60 vacas naturalmente infectadas de um rebanho endêmico e um segundo em três ovelhas experimentalmente infectadas, cada uma com uma estirpe diferente de Leptospira (estirpes Copenhageni L1-130, Canicola LO-4 e Pomona Fromm). No primeiro experimento, 26 vacas apresentaram o padrão de eliminação tipicamente intermitente de leptospiras na urina, representando 43,3% do total de animais. As três ovelhas do segundo experimento apresentaram eliminação intermitente da bactéria na urina, independentemente da estirpe inoculada.

Segundo o pesquisador Bruno Rocha, a pesquisa demonstrou a eficácia da PCR na detecção da intermitência da eliminação de leptospiras pela urina dos animais, independente da cepa infectante. Na prática, os resultados da pesquisa mostram que os animais não podem ser confiavelmente considerados livres de infecção, já que animais infectados podem não ser detectados devido ao período de intermitência. “Outro ponto ressaltado pela pesquisa é a necessidade de se realizar uma análise seriada de amostras de urina para uma detecção mais confiável dos animais infectados e, assim, definir um programa de controle da leptospirose”, comenta o pesquisador.

Outros estudos na área foram realizados para avaliar a intermitência de leptospiras na urina. No entanto, esse é o primeiro estudo que utiliza a técnica da PCR como ferramenta para a detecção da intermitência de eliminação de leptospiras na urina de animais infectados, segundo afirma Bruno Rocha. Os outros estudos utilizavam a técnica da cultura bacteriológica, que, além de ser mais cara, era mais demorada e menos sensível.

Referências

HAMOND, C., et al. Urinary PCR as an increasingly useful tool for an accurate diagnosis of leptospirosis in livestock. Veterinary Research Communications. 2014, vol. 38, pp. 81-85.

INADA, R., et al. The etiology, mode of infection, and specific therapy of Weil’s Disease (Spirochaetosis Icterohaemorrhagica). Journal of Experimental Medicine. 2016, vol. 23, pp. 377-402.

MUGHINI-GRAS, L., et al. Application of an integrated outbreak management plan for the control of leptospirosis in dairy cattle herds. Epidemiology and Infection. 2014, vol. 142, pp. 1172-1181.

Para ler o artigo, acesse

ROCHA, B. R., et al. Demonstração molecular da intermitência eliminando Leptospira em vacas e ovelhas e suas implicações no controle. Cienc. Rural [online]. 2017, v. 47, no. 8, e20170088 [viewed 03 August 2017]. DOI: 10.1590/0103-8478cr20170088. Available from: http://ref.scielo.org/xgtj6m

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Ciência Rural – CR: <http://www.scielo.br/cr>

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

ROCHA, B. R. Pesquisa testa a frequência de eliminação de leptospiras na urina em vacas e ovelhas [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2017 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2017/09/04/pesquisa-testa-a-frequencia-de-eliminacao-de-leptospiras-na-urina-em-vacas-e-ovelhas/

 

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