Por Ricardo Sesso, Universidade Federal de São Paulo, EPM, São Paulo, SP, Brasil
Artigo “Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2016”, publicado no Brazilian Journal of Nephrology (vol. 39, no. 3), apresenta os resultados do estudo nacional realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal Fluminense.
O estudo considerou mais de 50 mil pacientes renais crônicos em tratamento dialítico, de 309 unidades de diálise do Brasil, em julho de 2016. O levantamento de dados foi realizado de forma online, em processo automatizado, tendo as unidades de diálise enviado dados diretamente para a central de informações na SBN.
O estudo mostra que o número total estimado de pacientes em diálise foi de 122.825 e que as estimativas nacionais das taxas de prevalência e de incidência de pacientes em tratamento dialítico por milhão da população (pmp) foram de 596 e 193, respectivamente. A análise das taxas de prevalência e de incidência por estados e regiões evidenciaram discrepâncias, com variação de 344 na região norte e 700 na sudeste, para a prevalência de pacientes em tratamento dialítico; e de 111 na região norte, 259 na centro-oeste e 222 na sul, para a incidência de pacientes em tratamento dialítico.
Dentre outros resultados apresentados pelo estudo, pode-se destacar que a taxa de incidência de nefropatia diabética na população em diálise crônica foi de 79 pmp; 41% dos pacientes novos tinham nefropatia diabética; 33% dos pacientes tinham mais de 65 anos de idade.
A taxa anual de mortalidade bruta apresentou-se estável nos últimos 4 anos (SESSO, 2016), correspondendo a 18,2%, e inferior à descrita para a população norte-americana em diálise (UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM, 2015). Em julho de 2016, o percentual de pacientes inscritos em fila de espera para transplante era de 24%.
As taxas de prevalência de sorologia positiva para hepatite B e C mostram tendência para redução, quando considerados os dados de 2013 (1,4% e 4,2%, respectivamente) para 2016 (0,7% e 3,7%, respectivamente).
O estudo mostra o número crescente de pacientes em diálise crônica no Brasil; as inequidades regionais; a estabilidade das taxas de mortalidade, apesar do elevado contingente de idosos e diabéticos. Tais dados são fundamentais para o planejamento do tratamento dialítico no país.
Referências
SESSO, R.C., et al. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2014. J. Bras. Nefrol. [online]. 2016, vol. 38, no. 1, pp. 54-61, ISSN: 0101-2800 [viewed 11 january 2018]. DOI: 10.5935/0101-2800.20160009. Available from: http://ref.scielo.org/hc9yt5
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM. 2015 USRDS Annual Data Report. National Institutes of Health, National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Bethesda: United States Renal Data System, 2015.
Para ler o artigo, acesse
SESSO, R.C., et al. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2016. J. Bras. Nefrol. [online]. 2017, vol. 39, no. 3, pp. 261-266, ISSN: 0101-2800 [viewed 11 january 2018]. DOI: 10.5935/0101-2800.20170049. Available from: http://ref.scielo.org/c36kj7
Link externo
Jornal Brasileiro de Nefrologia – JBN: <www.scielo.br/jbn>
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