Qual o efeito da baixa testagem nos indicadores de saúde?

Flávia Bulegon Pilecco, professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG, Brasil. 

Carolina Gomes Coelho, professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG, Brasil.

Os testes laboratoriais nos permitem conhecer a magnitude de uma doença ou agravo e planejar medidas visando seu controle e prevenção. Apesar da reconhecida importância da testagem para monitorar o avanço do novo coronavírus, os países têm adotado diferentes estratégias de testagem. Há países que testam suspeitos com sintomas leves e seus contatos, enquanto outros, em função de restrições orçamentárias, do tamanho populacional ou do projeto de governo em exercício, testam apenas sintomáticos graves.

Assim, nosso objetivo com o artigo intitulado “O efeito da testagem laboratorial nos indicadores de acompanhamento da COVID-19: uma análise dos 50 países com maior número de casos” foi analisar como a testagem da população influencia os indicadores de saúde utilizados para monitorar a pandemia de COVID-19, em especial através de mudanças nas estimativas do número de infectados e de óbitos, nos 50 países com maior número de casos diagnosticados.

Identificamos que as taxas de testagem variaram enormemente entre os países e que os indicadores mais influenciados por ela foram a incidência acumulada (que mede o número de número de casos diagnosticados dividido pela população local) e a proporção de testes positivos (que mede o número de testes positivos por número de testes realizados).

Imagem: Prasesh Shiwakoti (Lomash)k

Outro achado que chama a atenção é que a maioria dos países não testa o suficiente para garantir adequado monitoramento da pandemia, e isso se reflete na baixa qualidade dos indicadores de saúde. Assim, para planejar e executar ações de saúde com maior segurança, esses países devem ampliar as estratégias de testagem, o que inclui aumentar o número de testes e o público-alvo. No entanto, apesar de fundamental, a ampliação da testagem não deve ocorrer de forma isolada. Ela deve sempre ser acompanhada de outras medidas, como o isolamento de casos diagnosticados e o rastreamento de contatos.

Esse artigo foi planejado e executado no âmbito da Rede CoVida – Ciência, um projeto de colaboração científica e multidisciplinar focado na pandemia de Covid-19 e que congrega pesquisadores de diferentes instituições. Dentre os objetivos principais da Rede estão a produção e divulgação de evidências científicas para diversos públicos. Colaboraram no desenvolvimento do presente estudo pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal da Bahia e da Fiocruz-Bahia.

Para ler o artigo, acesse

PILECCO, F. B. et al. O efeito da testagem laboratorial nos indicadores de acompanhamento da COVID-19: uma análise dos 50 países com maior número de casos. Epidemiol Serv Saúde [online]. 2020 [viewed 05 March 2021]. https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000200002 . Available from: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/1576/2497

Links Externos

Epidemiologia e Serviço de Saúde – RESS: https://www.scielo.br/ress

Epidemiologia e Serviço de Saúde: http://ress.iec.gov.br/ress/?lang=pt

Faculdade de Medicina UFMG – Departamento de Medicina Preventiva e Social: https://www.medicina.ufmg.br/mps/

Rede CoVida: https://redecovida.org/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

Qual o efeito da baixa testagem nos indicadores de saúde? [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2021 [viewed ]. Available from: https://pressreleases.scielo.org/blog/2021/03/17/qual-o-efeito-da-baixa-testagem-nos-indicadores-de-saude/

 

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