Ronaldo Angelini, Editor Associado da Acta Limnologica Brasiliensia; Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil.
Estudo realizado por autores de três universidades públicas brasileiras (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Universidade Estadual de Maringá – UEM e Universidade Federal de Goiás – UFG) mostrou que a quantidade de algas, mais conhecidas no meio científico como fitoplâncton, aumenta em reservatórios mais antropizados. O artigo A comunidade fitoplanctônica como descritora da variabilidade ambiental: um estudo de caso em cinco reservatórios da bacia do alto rio Paraná foi publicado na Acta Limnologica Brasiliensia vol. 34.
Os pesquisadores realizaram este estudo em cinco reservatórios, três no rio Paraná (Ilha Solteira, Jupiá e Porto Primavera), um no Tietê (Três Irmãos) e outro no Rio Paranapanema (Rosana). Eles coletaram o fitoplâncton e variáveis ambientais (temperatura, nutrientes, pH, entre outras) nestes ambientes entre novembro de 2013 e novembro de 2014, período que foi bastante seco e incrementou a quantidade de algas.
A motivação para tal pesquisa foi tentar entender o que provoca o fenômeno da chamada eutrofização, isto é, um alto crescimento de fitoplâncton que pode acarretar a deterioração da qualidade da água, por conta da decomposição deste mesmo fitoplâncton. No cotidiano, sempre quando vemos um corpo d´água verde é porque ele está eutrofizado (com excesso de algas) o que mostra desequilíbrio e excesso de nutrientes que, na maioria das vezes, provem de esgotos domésticos ou de fertilizantes carreados com a chuva. De qualquer modo ficou bem claro que o tempo de retenção da água colabora com a quantidade de fitoplâncton, assim quanto mais parada a água, maior a chance do fitoplâncton crescer. Desta forma, reservatórios que liberam rapidamente a água para gerar energia tem menos chance de se tornarem eutrofizados.
Além disto, os autores encontraram cianobactérias em suas amostras, um organismo que muitas vezes pode ser tóxico e característico de ambientes bastante deteriorados. Os pesquisadores agora, tentam entender outras maneiras de controle destes organismos que podem prejudicar o abastecimento de água de uma cidade e a dessedentação de animais em áreas rurais.
Referências
AGOSTINHO, A.A., GOMES, L.C. and PELICICE, F.M. Ecologia e Manejo de Recursos Pesqueiros em Reservatórios do Brasil. Maringá: Eduem, 2007.
MARQUES, E.T., GUNKEL, G. and SOBRAL, M.C. Management of Tropical River Basins and Reservoirs under Water Stress: Experiences from Northeast Brazil. Environments [online]. 2019, vol. 6, no. 62, pp. 2-22 [viewed 10 March 2022]. https://doi.org/10.3390/environments6060062. Available from: https://www.mdpi.com/2076-3298/6/6/62.
Para ler o artigo, acesse
SILVA, M.V., BORTOLINI, J.C. and JATI, S. The phytoplankton community as a descriptor of environmental variability: a case study in five reservoirs of the Paraná River basin. Acta Limnologica Brasiliensia [online]. 2022, vol. 34, e1, ISSN 2179-975X [viewed 10 March 2022]. https://doi.org/10.1590/S2179-975X4621. Available from: https://www.scielo.br/j/alb/a/7ywRznt5QF7jmdVQXfJRmsy/?lang=en
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