Thaynã Ramos Flores, Editora Associada da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/RS, Brasil.
Devido à escassa informação sobre os efeitos do veneno das aranhas, consideradas animais peçonhentos, os indivíduos picados pela Loxosceles desconsideram a lesão inicial provocada pela picada e buscam atendimento tardiamente, dificultando o diagnóstico oportuno e as ações terapêuticas adequadas.
No artigo de Amorim et al. (2024), intitulado As aranhas-marrons (Loxosceles) estão se estabelecendo em Pernambuco: série de casos, 2018-2022, publicado recentemente no periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde: Revista do SUS (RESS, vol. 33, n.º 1, 2024), os autores reportaram 22 casos notificados de loxoscelismo. A maioria ocorreu entre pessoas do sexo feminino, no interior dos domicílios, sem diferença na frequência de ocorrência nas zonas rural e urbana, e houve demora na procura por atendimento médico.
Destes 22 casos notificados, 13 foram registrados em pessoas do sexo feminino, sendo que a maioria deles (10) deles ocorreu no período noturno. Em relação à localização das picadas, 11 do número total de ocorrências foram nos membros inferiores e nove nos superiores. Notavelmente, 21 dos 22 casos ocorreram dentro dos domicílios dos afetados. Dos acidentes analisados, em oito a soroterapia específica não foi indicada, pois o atendimento médico foi procurado após o período de eficácia do tratamento.
Mesmo que tenham sido avaliados poucos casos, e reconhecendo-se a necessidade de mais estudos sobre o problema – muitas vezes, negligenciado –, foi possível verificar que os casos em Pernambuco tiveram características epidemiológicas semelhantes às de regiões endêmicas. Para redução das complicações e morbidades causadas pela picada das aranhas-marrons, é importante informar a população e alertar os profissionais de saúde sobre as manifestações do acidente, para que as pessoas afetadas procurem assistência precocemente, dentro do período indicado para o tratamento.
Referências
BENEDET, D.P., et al. Epidemiologia do araneísmo por loxosceles e phoneutria no município de Cruzeiro do Iguaçu, Paraná – Brasil. Rev Cienc Med Biol [online]. 2021, vol. 20, no. 1, pp. 22-27 [viewed 25 March 2024]. https://doi.org/10.9771/cmbio.v20i1.33860. Available from: https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/33860
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Para ler o artigo, acesse
AMORIM, M.L.P., et al. As aranhas-marrons (Loxosceles) estão se estabelecendo em Pernambuco: série de casos, 2018-2022. Epidemiologia e Serviços De Saúde [online]. 2024, vol. 33, no. 1, e2023568 [viewed 25 March 2024]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222024v33e2023568.pt. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/WwRgHQLSsgNyTZxsQH3RTQr/
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