Taís Freire Galvão, editora associada, Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS), Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil.
Aline Vieira de Lima, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Brasília, DF, Brasil.
Dalila de Carvalho Silva Gonzaga, Secretária executiva, Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Brasília, DF, Brasil.
Apesar da redução global dos casos de hanseníase, o Brasil continua entre os países com maior incidência da doença, com o Piauí figurando entre as Unidades da Federação mais afetadas. A hanseníase, considerada uma doença tropical negligenciada, pode causar graves incapacidades físicas se não for diagnosticada e tratada precocemente.
Com a pandemia de covid-19, o Piauí teve um aumento de novos casos da doença, tendo sido registrados 652 novos casos, no ano de 2021. Isso se deveu a diversos fatores, tais como o distanciamento social, as restrições do acesso aos serviços de saúde durante a pandemia e problemas estruturais na rede de saúde.
Nesse contexto, os pesquisadores do artigo Caracterização de casos e indicadores epidemiológicos e operacionais da hanseníase: análise de séries temporais e distribuição espacial, Piauí, 2007-2021, publicado pelo periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde (vol. 33, 2024), buscaram compreender melhor os padrões epidemiológicos da doença no estado, para subsidiar estratégias de controle e enfrentamento.

Imagem: iStok
No estudo de tipo ecológico, com análise de séries temporais e distribuição espacial dos casos de hanseníase, registraram-se 17.075 novos casos no período entre 2007 e 2021, com maior incidência entre homens, adultos de 40 a 59 anos e pessoas autodeclaradas pardas. A pesquisa identificou áreas hiper endêmicas, especialmente nas regiões de Entre Rios, Carnaubais, Vale dos Rios Piauí e Itaueiras. Apesar da tendência geral de queda na taxa de detecção, houve aumento na proporção de casos multibacilares, o que indica diagnósticos tardios e maior risco de transmissão.
A análise destacou a importância de políticas públicas voltadas para as populações vulneráveis, apontando que o fortalecimento das estratégias de combate à hanseníase é essencial para o controle da doença no estado. Nesse sentido, são necessárias ações mais eficazes no combate à doença, principalmente medidas visando ao diagnóstico precoce, ao tratamento correto e à adesão dos pacientes ao tratamento, bem como à prevenção e redução de incapacidades físicas relacionadas à hanseníase.
Para ler o artigo, acesse
BARROS, I.C.A., et al. Caracterização de casos e indicadores epidemiológicos e operacionais da hanseníase: análise de séries temporais e distribuição espacial, Piauí, 2007-2021. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2024, vol. 33, e2023090 [viewed 16 April 2025]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222024v33e2023090.pt. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/PPwxY7SrxHjqV3BNGqRLBdk/
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