Vacinação contra Covid-19 reduz o risco de óbito, especialmente após doses de reforço

Elisangela Aparecida Silva Lizzi, Editora Associada da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS), docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Cornélio Procópio, Paraná. 

O artigo Características clínico-epidemiológicas e sobrevida de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, segundo esquema vacinal contra covid-19 no Brasil, 2021-2022: estudo prospectivo, de Martins Neto e colaboradores, pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão, foi publicado no periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS (RESS, vol. 32, nº. 4). 

Neste estudo, analisaram-se as características clínicas e sociodemográficas, além da sobrevivência de indivíduos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, com base em informações do esquema vacinal contra Covid-19 no Brasil, de 2021 e 2022. Neste período, verificou-se maior proporção de vacinados no sexo feminino (15,0%), idosos ≥ 80 anos (34,5%) e na região Sudeste (15,7%). A análise estatística mostrou que os não imunizados apresentaram maior risco de óbito, independentemente da faixa etária.

Imagem: Unsplash.

O estudo evidenciou a efetividade da vacinação contra Covid-19 na sobrevida dos casos de SRAG decorrentes da doença, por meio da utilização de modelos de árvores de sobrevivência. A análise mostrou que a aplicação da dose de reforço da vacina esteve associada ao aumento da sobrevida em todos os grupos etários, reforçando as evidências do impacto da vacinação na redução do risco de morte de pacientes com a forma grave da doença. 

Em relação às implicações para os serviços, ressalta-se o elevado número de internações por SRAG entre os não vacinados, que levam ao aumento da demanda por internações nos serviços de saúde. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), um pilar essencial na prevenção de várias doenças, por meio da vacinação na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), teve um papel decisivo na garantia da oferta universal do imunizante em um país de dimensões continentais como o Brasil, apesar de todas as dificuldades enfrentadas durante o período pandêmico.

Torna-se imperativo garantir a oferta universal e regular de doses do imunizante para os diversos grupos populacionais, bem como aperfeiçoar as estratégias de enfrentamento ao movimento antivacinas e à hesitação vacinal. 

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Referências

SARTI, T.D., et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada pela COVID-19? Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2020, vol. 29, e2020166 [viewed 11 April 2024]. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200024. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/SYhPKcN7f8znKV9r93cpF7w  

TEIXEIRA, M.G., et al. Reorganização da atenção primária à saúde para vigilância universal e contenção da COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2020, vol. 29, e2020494 [viewed 11 April 2024]. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000400015. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/P9w3DZSdrQGHDbjDxGnQ8HM/  

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Para ler o artigo, acesse

MARTINS NETO, C., et al. Características clínico-epidemiológicas e sobrevida de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid-19, segundo esquema vacinal contra covid-19 no Brasil, 2021-2022: estudo prospectivo. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2023, vol. 32, e2023128 [viewed 11 April 2024]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222023000400003.pt. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/YMcqqcJgCmyXVCRx4TcsHNz/  

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