Informações nutricionais em restaurantes: qual o modelo preferido no Brasil e no Reino Unido?

Por Renata Carvalho de Oliveira, Doutora em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina publicaram recentemente um estudo qualitativo multicultural na Revista de Nutrição (v. 30, n. 3), com o título “Preferências de adultos jovens por diferentes formatos de informações nutricionais em restaurantes no Brasil e Reino Unido” (OLIVEIRA, et al, 2017). O estudo foi pioneiro ao explorar a preferência de adultos no Brasil e no Reino Unido dentre diferentes modelos de informações nutricionais em restaurantes. As informações contendo lista de ingredientes e símbolos de destaque foram as preferidas em ambos os países.

A pesquisa qualitativa foi realizada por meio de entrevistas em grupo, utilizando a técnica de grupos focais. Cinco grupos focais foram conduzidos com adultos jovens nos dois países e os participantes foram estimulados a falar sobre suas preferências a respeito de 4 modelos de informações nutricionais apresentados: informação numérica somente de calorias; informação numérica de calorias e nutrientes; informação sobre quantidade de calorias e nutrientes no formato de semáforo nutricional; e informação contendo lista de ingredientes e símbolos para indicar a presença de alguns componentes, como glúten, lactose, alimento orgânico e transgênico.

Os participantes consideraram a informação de lista de ingredientes e símbolos mais compreensível e útil para realizar escolhas alimentares, indicando os símbolos de alimento orgânico e preparação vegetariana como os preferidos.

Figura 1. Modelo de informação nutricional preferido pelos participantes do estudo.
Fonte: As autoras.

Da mesma forma, estudo realizado nos Estados Unidos da América, utilizando também a técnica de grupo focal, referiu a preferência dos consumidores por modelo de informações nutricionais mais simples e qualitativa, no formato de símbolos, por ser um formato mais fácil de compreender e que não requer muita interpretação e tempo para utilizá-la. Além disso, também foi referido que a informação no formato de símbolo poderia auxiliar a realização de escolhas alimentares mais saudáveis (LANDO; LABINER-WOLFE, 2007).

Por ter sido conduzido em dois países de continentes distintos, os resultados trazem um olhar além-fronteiras sobre a preferência de adultos jovens em relação aos modelos de informação nutricional preferidos.

O estudo mostrou que os participantes, tanto no Brasil quanto no Reino Unido, preferiram a informação alimentar e qualitativa em detrimento à informação numérica e sobre nutrientes, sugerindo que as informações de ingredientes e símbolos devem ser prioridade para aparecer nos cardápios.

Referência

LANDO, A. M. and LABINER-WOLFE, J. Helping consumers make more healthful food choices. Consumer views on modifying food labels and providing point-of purchase nutrition information at quick-service restaurants. J Nutr Educ Behavior [online]. 2007, vol. 30, no. 3, pp. 157-163 [viewed 11 August 2017]. DOI: 10.1016/j.jneb.2006.12.010. Available from: http://www.jneb.org/article/S1499-4046(06)00869-4/

Para ler o artigo, acesse:

OLIVEIRA, R. C., et al. Preferências de adultos jovens por diferentes formatos de informações nutricionais em restaurantes no Brasil e Reino Unido. Rev. Nutr. [online]. 2017, vol. 30, no. 3, pp. 321-332 [viewed 11 August 2017]. DOI: 10.1590/1678-98652017000300005. Available from: http://ref.scielo.org/6p3dwb

Links externos:

NUPPRE – Núcleo de Pesquisa em Nutrição em Produção de Refeições – <http://nuppre.ufsc.br>

Revista de Nutrição – RN: <http://www.scielo.br/rn>