Avaliação das notificações de hanseníase em João Pessoa aponta fragilidades

Laylla Ribeiro Macedo, Editora Associada da Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil e Pós-doutoranda pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil.

O artigo intitulado Avaliação da completitude, consistência e não duplicidade dos dados de notificação da hanseníase no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, João Pessoa, Paraíba: estudo descritivo, 2001-2019, publicado no vol. 32, no. 2 (2023) do periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde, analisou as notificações dos casos de hanseníase, segundo a validade e integridade dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em João Pessoa, considerando a série histórica de 2001 a 2019. Os autores enfatizaram que a avaliação da qualidade dos dados do Sinan é importante para a vigilância epidemiológica, já que o mau preenchimento (dados incompletos ou inconsistentes) levam à baixa confiabilidade dos indicadores. 

O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco, foi motivado pela escassez de informações sobre a qualidade dos registros de notificação de hanseníase e pela importância desta informação para o aprimoramento das ações de vigilância da doença. 

Imagem: Fiocruz Imagens.

As variáveis de estudo referiram-se aos campos de preenchimento obrigatórios, essenciais e complementares, de acordo com a classificação do Sinan. Na análise da completitude, as variáveis foram divididas em dois blocos: diagnóstico e acompanhamento dos casos. Foram contabilizados 2.418 registros de hanseníase no período estudado, tendo sido observadas oito duplicidades (0,3%), totalizando 2.410 notificações. Os campos relativos ao número de nervos afetados (> 50% de incompletitude), baciloscopia, acompanhamento dos casos, número de doses supervisionadas, episódio reacional e número de contatos examinados apresentaram completitude ruim (≥ 50% não preenchidos).  

Os autores concluíram que a baixa completitude de campos relativos ao diagnóstico e acompanhamento dificulta o reconhecimento da situação do agravo e, consequentemente, a adoção de medidas de controle da doença no município. 

Referências

GERMAN, Robert R. et al. Update guidelines for evaluating disease surveillance systems: recommendations from the guidelines working group MMWR [online]. Center for Disease Control and Prevention [online]. 2001, vol. 50, no. 13, pp. 1-51 [viewed 24 October 2023]. Available from: https://stacks.cdc.gov/view/cdc/13376 

Para ler o artigo, acesse

MENDES, M.S, OLIVEIRA, A.L.S and SCHINDLER, H.C. Evaluation of completeness, consistency and non-duplication of leprosy notification data on the Notifiable Health Conditions Information System, João Pessoa, Paraíba, Brazil: a descriptive study, 2001-2019. Epidemiol Serv Saúde [online]. 2023, vol. 32, no. 2, e2022734 [viewed 24 October 2023]. https://doi.org/10.1590/S2237-96222023000200008. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/w5cCNtGD3Bf7kGGnM3CbMSG/

Links externos

Epidemiologia e Serviços de Saúde – RESS: https://www.scielo.br/ress

Epidemiologia e Serviços de Saúde – Site: http://ress.iec.gov.br/

Institulo Aggeu Magalhães – Fiocruz Pernambuco: https://www.cpqam.fiocruz.br/